ARTUR BÚRIGO

FOLHAPRESS – Promessas da Shein ao governo, expansão de outlets no Brasil e o que importa no mercado nesta sexta-feira (21).
**SHEIN PROMETE SER 'MADE IN BRAZIL'**

A varejista asiática de fast fashion Shein firmou um termo com o governo brasileiro se comprometendo a nacionalizar a produção da maior parte dos produtos vendidos pela plataforma no país em até quatro anos.

A medida foi anunciada nesta quinta pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda), que também citou uma promessa da empresa de gerar até cem mil empregos no Brasil, um dos três principais mercados para a varejista.

Entenda: o objetivo da Shein (lê-se xi-in) é mudar a origem dos produtos que são vendidos no Brasil, que hoje vêm, em sua maioria, da Ásia.

Para isso, a empresa promete investir R$ 750 milhões na produção têxtil nacional, segundo o termo de compromisso assinado com a Fazenda.
O montante não será destinado totalmente à instalação de fábricas por aqui, até porque esse não é o modelo de atuação da varejista.

A Shein costuma trabalhar com vários fabricantes parceiros, que são conectados ao seu algoritmo —considerado como o grande diferencial em relação às concorrentes.

O segredo está em sua IA (inteligência artificial), que faz testes no aplicativo com 100 a 200 peças por modelo.

Se a demanda por determinado produto se mostra aquecida, o robô capta a tendência, envia para o fabricante e a produção é escalada. Isso evita gastos com estoque de peças encalhadas.

Por que importa: o aceno da Shein vem logo após o governo recuar na medida que acabava com a isenção para encomendas internacionais de até US$ 50 entre pessoas físicas.

A varejista era considerada como uma das afetadas pela cobrança do imposto.

“Digital Tax”: Haddad também falou dos planos do governo para adotar uma espécie de imposto digital sobre encomendas do comércio eletrônico.
Conforme apuração da Folha de S.Paulo, a ideia não é criar um novo tributo, mas aprimorar o sistema de fiscalização para facilitar a cobrança “na fonte”, antes do envio das mercadorias.

**OUTLETS EM EXPANSÃO**

Os outlets chegaram há pouco tempo no país, mas sua rápida expansão mostra como o modelo que reúne grandes marcas com descontos caiu no gosto dos brasileiros.

A estreia foi com o Outlet Premium São Paulo em Itupeva, em 2009, e nos últimos quatro anos foram cinco novas unidades do gênero em três estados.

No interior paulista, mais duas estão a caminho: uma em Ribeirão Preto (a 313 km da capital) e outra em Olímpia (a 430 km de São Paulo).

O que explica: os executivos do setor destacam a alta conversão do modelo, ou seja, a relação entre a quantidade de visitantes do local e a de quem acaba comprando algo.

Os percentuais citados variam entre 80% a 90% de pessoas que vão aos outlets e saem com sacolas nas mãos, número bem superior ao de shoppings.

Outros atrativos são o alto tíquete médio (média de preço do que é vendido) e o menor custo com unidades que ficam fora dos grandes centros, mas que estão onde há alto tráfego de veículos –caso de Ribeirão Preto– ou fluxo relevante de turistas –como em Olímpia.

**DÊ UMA PAUSA: PERRENGUE PARTE 2?**

Lembra do festival Fyre, que vendeu ingressos caríssimos para uma série de eventos em uma ilha do Caribe e cujo fracasso foi registrado no documentário “Fyre Festival: Fiasco no Caribe”?

Então, Billy McFarland, o idealizador da festa que chegou a passar quatro anos na cadeia, disse no Twitter que o Fyre Festival II irá acontecer e ainda pediu aos seguidores que lhe contassem por que eles deveriam ser convidados.

Relembre: McFarland deixou a cadeia em 2022 após ter se declarado culpado de acusações de fraude decorrentes de seu papel na organização do Fyre –uma tentativa de criar um Coachella nas Bahamas que saiu muito errada.

Com uma multa de US$ 26 milhões para pagar, ele deu uma entrevista ao New York Times assim que deixou a prisão e desde então vem falando –em entrevistas ou no Twitter– sobre seus planos para o futuro, que envolvem até a criação de um império de mídia.

Está na Netflix o documentário que mostra a frustração de quem pagou até US$ 12 mil para um evento que teria influenciadores e shows de peso e acabou encontrando tendas capengas e colchões encharcados.

**O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER**

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