A decisão do cantor Gusttavo Lima de não disputar as eleições de 2026 frustra um dos planos estratégicos do governador Ronaldo Caiado (UB) para ampliar sua base eleitoral fora de Goiás, afirmam aliados. O embaixador, que havia sido sondado para ingressar na política e se filiar ao União Brasil, era visto como um ativo político valioso para impulsionar a visibilidade de Caiado no cenário nacional.
Gusttavo Lima confirmou sua desistência em entrevista ao Metrópoles nesta quarta-feira (19), alegando que prefere focar na carreira musical e em ações sociais, como a criação do Instituto Gusttavo Lima. Apesar disso, mantém apoio à gestão de Caiado e confirmou presença no lançamento da pré-candidatura do governador, que acontece no dia 4 de abril, em Salvador. Mesmo sem concorrer a um cargo público, sua popularidade ainda pode ser explorada politicamente, embora de maneira mais limitada.
A relação entre os dois vinha sendo observada de perto por aliados do governador, que viam em Gusttavo Lima um potencial cabo eleitoral para Caiado em estados do Norte e Nordeste, onde sua projeção ainda é menor. A ideia era usar a força do sertanejo para atrair o eleitorado conservador e ampliar o alcance da candidatura. Com a desistência, o governador perde um trunfo importante e terá que buscar novas formas de se posicionar nacionalmente.
Nos bastidores, há quem avalie que a saída de Gusttavo Lima do tabuleiro eleitoral não altera drasticamente os planos de Caiado, mas exige um reforço em articulações com outros aliados de peso. Nomes do agronegócio e do empresariado seguem como pilares da estratégia do goiano, que também busca se aproximar de figuras do bolsonarismo, de olho no espólio político do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A popularidade de Gusttavo Lima ainda pode render dividendos políticos a Caiado, caso o cantor mantenha o apoio público ao governador. No entanto, sem o engajamento direto do sertanejo na campanha, o União Brasil precisará investir em novas estratégias de comunicação e alianças para fortalecer o nome de Caiado na corrida presidencial de 2026.
