Da Redação
Os brasileiros que recebem até R$ 5 mil por mês devem ficar livres do Imposto de Renda a partir deste ano. A mudança foi aprovada pelo Senado Federal nesta quarta-feira (5) e agora segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, prevista até o próximo dia 11.
A proposta, tratada como uma das principais bandeiras do governo na área econômica, foi relatada pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), que manteve o texto aprovado pela Câmara dos Deputados para acelerar sua entrada em vigor.
“Apesar de imperfeições no texto original, a urgência social fala mais alto”, declarou Renan. O senador Davi Alcolumbre (União-AP), presidente da Comissão de Assuntos Econômicos, comemorou o resultado e classificou a votação como “um raro momento de consenso entre governo e oposição”.
A ministra Gleisi Hoffmann, das Relações Institucionais, acompanhou a sessão e confirmou que Lula deve sancionar o projeto assim que voltar a Brasília. Segundo ela, a nova política tributária representa “um passo concreto rumo à justiça fiscal” e marca a primeira vez que dividendos serão tributados no país.
🧾 Como ficará o novo Imposto de Renda
- Isenção total para quem ganha até R$ 5 mil mensais;
- Tabela progressiva para rendas entre R$ 5 mil e R$ 7.350, com deduções automáticas que evitam prejuízo a quem recebe pouco acima do limite;
- Antes, o teto de isenção era de R$ 3.036;
- Criação de um imposto mínimo de 10% sobre rendas anuais superiores a R$ 1,2 milhão.
💰 Como o governo vai compensar a perda de arrecadação
Para equilibrar as contas, o governo prepara um segundo projeto — também relatado por Renan Calheiros — que aumenta a tributação sobre bancos, fintechs e apostas esportivas. A medida deve gerar cerca de R$ 18 bilhões em três anos.
As principais mudanças propostas são:
- CSLL dos bancos: de 9% para 15%;
- Fintechs e corretoras: de 15% para 20%;
- Bets (apostas esportivas): contribuição sobre a receita bruta passa de 12% para 24%, com metade destinada a compensar estados e municípios.
A votação desse segundo texto foi adiada, mas deve ocorrer nas próximas semanas.
Com a ampliação da faixa de isenção, o governo estima que milhões de brasileiros deixarão de pagar Imposto de Renda, aliviando o peso tributário sobre a classe média e os trabalhadores de renda mais baixa.







