Da Redação

O Governo do Distrito Federal solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que Jair Bolsonaro passe por uma avaliação médica para determinar se seu estado de saúde permite o cumprimento de pena em um presídio comum, como a Penitenciária da Papuda, em Brasília.

O pedido foi enviado na segunda-feira (3) ao ministro Alexandre de Moraes pela Secretaria de Administração Penitenciária do DF. O documento, mantido sob sigilo, menciona a necessidade de um parecer técnico sobre as condições clínicas do ex-presidente, especialmente diante da proximidade do julgamento dos recursos relacionados ao caso da tentativa de golpe de 2022.

No ofício, o secretário Wenderson Souza e Teles lembra que Bolsonaro já foi submetido a várias cirurgias abdominais e que, atualmente, costuma ser atendido por médicos onde está sendo monitorado, sem deslocamentos. A iniciativa é vista como uma forma de o governo local se antecipar a uma eventual ordem de prisão, avaliando se ele poderia realmente ser encaminhado à Papuda.

De acordo com informações reveladas pelo portal Metrópoles e confirmadas pela Folha de S.Paulo, o documento pede que Bolsonaro seja examinado por uma equipe médica especializada. O objetivo é verificar se o sistema prisional da capital tem estrutura adequada para recebê-lo.

O ex-presidente, condenado a 27 anos e três meses de prisão por chefiar a tentativa de golpe de 2022, enfrenta problemas de saúde como refluxo, crises de soluço e acompanhamento por suspeita de câncer de pele, após a retirada de duas lesões.

A Primeira Turma do STF deve começar, na sexta-feira (7), a analisar os primeiros recursos apresentados por Bolsonaro e outros seis condenados. São embargos de declaração — instrumentos usados pelas defesas para questionar pontos específicos das sentenças. A tendência dentro da Corte é de que os recursos sejam negados.

A decisão final sobre o local de cumprimento da pena caberá ao ministro Alexandre de Moraes. Ele pode optar entre uma cela na Papuda, uma sala na Superintendência da Polícia Federal ou prisão domiciliar. Fontes do Supremo descartam qualquer chance de Bolsonaro ser levado a uma unidade militar, para evitar novas aglomerações em frente a instalações das Forças Armadas, como ocorreu após as eleições de 2022.