SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Kleber Mendonça Filho, diretor de “O Agente Secreto”, afirma que os seus filmes precisam ter a sua marca, nesta entrevista para a Folha feita às vésperas do lançamento do longa nos cinemas, na próxima quinta-feira. A produção tem a possibilidade de concorrer ao Oscar no ano que vem pelo Brasil.

A afirmação é dada no contexto de uma pergunta sobre preparação de elenco, em que o cineasta afirma que prefere deixar a sua marca no trabalhos dos atores em vez de a de um profissional que lida diretamente com isso. Preparadores de elenco, que trabalham com os atores antes e durante as rodagens de um filme para tentar extrair o melhor dos personagens, são comuns no cinema brasileiro brasileiro.

Na entrevista, a dupla também aborda a sua relação de décadas, o papel de “Ainda Estou Aqui” em despertar o interesse do público pelo cinema brasileiro e outros assuntos.

“O Agente Secreto” é um thriller que se passa em dois tempos, mas a ação principal acontece em 1977, durante a ditadura militar. No tempo atual, duas pesquisadoras ouvem fitas cassetes com conversas gravadas dos personagens daquela época e tentam desvendar o destino de Marcelo, personagem de Wagner Moura que chega a Recife dirigindo um Fusca amarelo no meio de um carnaval.

A reconstrução de época, assim como o figurino, as gírias dos personagens, as músicas e até alguns efeitos de cinema são tão bem cuidados que até quem não viveu nos anos 1970 pode se transportar para a época.

Mendonça Filho saiu vencedor do Festival de Cannes neste ano, com o troféu de melhor direção pelo filme, e Moura foi laureado no mesmo evento com a premiação de melhor ator, consagrações que atraíram ainda mais atenção internacional para o longa.