SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um novo vídeo publicado em uma rede social mostra parte da discussão envolvendo um casal de brasileiros e atendentes da American Airlines no Aeroporto Internacional de Miami, nos Estados Unidos. O episódio ocorreu no último domingo (2).

Rafael Seirafe-Novaes, 40, e Beatriz Rapoport de Campos Maia, 29, foram presos após tentar entrar em um voo para Cancún, México. Eles também teriam tentado atacar funcionários, segundo informações da polícia dadas à NBC Miami.

No vídeo, gravado antes da prisão, Rafael aparece afirmando que fala um pouco de inglês e que pagou para escolher os assentos. Uma das atendentes afirma que o casal não embarcaria caso continuasse gritando, e o brasileiro responde: “Eu não vou? Eu vou dormir aqui”.

Beatriz diz às atendentes que seu companheiro tem dificuldade com o inglês, mas entende. Ela depois ameaça processar a companhia aérea caso não embarcassem.

A funcionária pede, então, ao casal que pare de gritar.

As imagens seguintes mostram Rafael sendo algemado e posto em uma viatura na pista do aeroporto, do lado de fora do avião.

DEFESA NEGA ACUSAÇÕES

A polícia do condado de Miami-Dade afirma que o casal estava atrasado, de acordo com a NBC News. Ainda segundo a corporação, após serem barrados, os dois partiram para cima dos funcionários do aeroporto e jogaram café no rosto de um deles.

“A atendente não permitiu que eles embarcassem no assento que eles escolheram e pagaram a mais por isso”, diz Guilherme Schmidt Hayama, advogado que representa o casal.

O assento ficava em uma saída de emergência e havia sido escolhido pelo casal devido ao maior espaço disponível em comparação ao de outros lugares.

Para sentar em um assento de saída de emergência, conforme as regras da American Airlines, é preciso atender a certos requisitos: ter pelo menos 15 anos, ser capaz de falar e entender inglês, ter força e mobilidade para abrir a porta de saída, conseguir seguir instruções verbais e de ajudar outras pessoas a sair do avião.

Em certo momento, segundo a defesa, Rafael teria aceitado trocar de lugares, o que foi negado pelas atendentes. “Perguntaram se o Rafael era fluente, numa forma arrogante, e queriam colocá-los num próximo voo por causa disso”, disse o advogado.

Em nota à Folha de S.Paulo, a empresa aérea não comentou a versão da defesa. “Atos de violência não são tolerados pela American Airlines e estamos comprometidos em trabalhar em conjunto com as autoridades em suas investigações”, declarou, em nota.

O casal teve a fiança paga e já estão livres. Porém, eles ainda tentam recuperar as malas em Miami. Segundo o advogado, a companhia despachou a bagagem para Cancún.

Antes do episódio deste ano, o casal já processou a companhia aérea por dano moral. Porém, eles chegaram a um acordo e o processo foi arquivado em 2024.