O Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) ordenou que o Governo de Goiás crie, dentro de 180 dias, um projeto piloto com o objetivo de diminuir o número de mortes causadas pela polícia em Anápolis. O plano inclui a instalação obrigatória de câmeras nas fardas de 89 policiais militares do Comando de Policiamento Especializado (CPE) e também em suas viaturas.

A decisão, assinada pelo juiz Gabriel Consigliero Lessa e publicada na terça-feira (3/9), destaca que a utilização das câmeras pode ajudar a prevenir abusos tanto por parte dos agentes quanto dos cidadãos, incentivando um ambiente de respeito e responsabilidade.

Experiências em outros estados mostram que a adoção de câmeras nas fardas pode reduzir a violência policial. Em locais como Rondônia, Santa Catarina e São Paulo, onde a medida já foi implementada, observou-se uma diminuição de até 60% no uso da força durante as ações policiais. Em São Paulo, houve uma redução de 46% nas mortes resultantes de intervenções policiais.

Entre 2020 e os primeiros quatro meses de 2024, o Ministério Público registrou 1.424 mortes decorrentes de intervenções policiais em Goiás, das quais 1.400 foram atribuídas a policiais militares.

Em Anápolis, a cidade ocupa a quarta posição no ranking de mortes de civis em confrontos com a polícia no estado, ficando atrás apenas de Goiânia, Aparecida e Luziânia. Entre 2020 e 2022, as mortes resultantes de confrontos policiais em Anápolis representaram 42,4% das ocorrências desse tipo em Goiás.