Na sua primeira visita a Goiânia durante seu terceiro mandato, Luiz Inácio Lula da Silva enfrentou tumultos e manifestações de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Durante o evento, manifestantes favoráveis a Bolsonaro foram removidos pelos seguranças após gritar slogans em apoio ao ex-presidente e, ao final da cerimônia, um outro apoiador de Bolsonaro foi expulso do local após chamá-lo de “ladrão”.

Neste segundo incidente, o manifestante foi agredido e retirado do local com chutes. Garrafas de água foram arremessadas contra ele, e ele precisou de proteção e escolta dos seguranças após a agressão.

Lula está em Goiânia nesta sexta-feira para a inauguração de um BRT, a convite do prefeito Rogério Cruz (Solidariedade). Esta é a primeira visita de Lula a um estado que demonstra resistência ao seu governo. Goiás é governado por Ronaldo Caiado (União), que se opõe ao presidente. Na eleição de 2022, a maioria dos eleitores goianos votou em Bolsonaro. Em seu discurso, Lula elogiou a postura respeitosa de Caiado em relação ao Planalto:

– O Caiado, como governador de Goiás, tem mantido uma relação 100% civilizada e respeitosa comigo e com Rui (ministro da Casa Civil), e isso é algo que valorizo muito.

Antes do início do evento, um grupo de cerca de cinco pessoas começou a fazer protestos a favor de Jair Bolsonaro, provocando uma reação imediata do público petista, que respondeu com vaias e gritos de “Lula! Lula!”. Após cerca de dez minutos, os manifestantes foram identificados e removidos pela segurança. Entre os expulsos estava a candidata a vereadora Jacke Oliver (PL). Enquanto eram retirados, o grupo argumentou que estava apenas exercendo seu direito à livre expressão.

Durante o evento, também houve apoio à candidata do PT à prefeitura de Goiânia, Adriana Accorsi, rival de Rogério Cruz nas eleições municipais.

Antes do evento, Lula comentou em uma entrevista de rádio sobre as denúncias de assédio contra o ministro Silvio Almeida, que ele nega. Lula afirmou:

– Fiquei sabendo disso ontem e pedi ao Advogado Geral da União (AGU), ao Controlador-Geral da União (CGU) e ao Ministro da Justiça que conversassem com as partes até hoje às 14h30. Alguém que comete assédio não pode continuar no governo. Não podemos permitir que o governo não cumpra seu discurso de defesa das mulheres e dos direitos humanos enquanto alguém acusado de assédio esteja nele.