SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Morreu nesta sexta-feira, aos 83 anos, o pianista, compositor e arranjador Sergio Mendes, grande nome do samba-jazz conhecido por levar a música brasileira para o exterior.
Nascido em Niterói, no Rio de Janeiro, em 1941, Mendes se matricula ainda jovem no conservatório de música da cidade. Aos 15 anos, estuda música erudita com Carmelita Lago e, já adulto, se interessa pelo jazz. Ele passa a frequentar o Beco das Garrafas, berço da bossa nova em Copacabana.
O músico começa sua carreira musical ao lado de grandes artistas como Tom Jobim, Vinicius de Moraes e Baden Powell. Em 1961, participa do 3º Festival Sul-Americano de Jazz no Uruguai, com o grupo Brazillian Jazz Sextet, que estreia com o disco “Dance Moderno”, com regravações de canções de artistas importantes da bossa nova.
Em 1962, ele participa do concerto concerto histórico de músicos brasileiros de bossa nova no Carnegie Hall, em Nova York, evento que lançou o gênero musical brasileiro ao mundo. Em 1964, se mudou para Los Angeles, nos Estados Unidos, com a cantora e sua mulher Gracinha Leporace, fugindo da perseguição da ditadura militar.
Nos anos 1960, entre o Brasil e os Estados Unidos, Mendes vive seu momento mais produtivo, lançando ao todo oito discos e inaugurando, em 1966, o grupo Brasil 66, apresentado ao mundo com o disco “Herb Alpert Presents Sergio Mendes & Brazil 66”, do mesmo ano, seu primeiro grande sucesso no exterior, que vende mais de um milhão de cópias. Entre as músicas do álbum, está sua versão de “Mas Que Nada, de Jorge Ben Jor”, que foi dada de presente pelo colega ao pianista e faz sucesso nas paradas americanas.
O cantor, que realizou turnês ao lado do músico Frank Sinatra, conquistou elogios de Paul McCartney com seu “Fool on The Hill”, disco de 1968 nomeado a partir da canção dos Beatles. Nos anos 1970, Sergio Mendes sai em turnê internacional.
Em 1993, ganha o Grammy de música internacional com “Brasileiro”, álbum com canções de Carlinhos Brown. Em 2012, compositor e cantor concorrem juntos ao Oscar pela música “Real in Rio”, da animação “Rio”, do diretor Carlos Saldanha.
Em seu Instagram, o americano Herb Alpert, que ajudou a lançar Mendes no exterior, homenageou o amigo, que chamou de seu irmão de outro país. “Ele foi um verdadeiro amigo e músico extremamente talentoso que trouxe a música brasileira em todas as suas formas para o mundo inteiro com elegância e alegria”, escreveu.