As internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) aumentaram em Goiás, Bahia, Paraíba, Sergipe e São Paulo, conforme dados do Boletim InfoGripe, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesta quinta-feira (22). Em Goiás, a principal causa das internações é a covid-19, especialmente entre a população idosa. Nos outros estados, o rinovírus é a principal causa de SRAG entre crianças e adolescentes de 2 a 14 anos.

O boletim também aponta crescimento nos casos de SRAG em sete capitais: Aracaju, Brasília, Goiânia, João Pessoa, Maceió, Salvador e São Paulo. A análise corresponde à Semana Epidemiológica 33, entre os dias 11 e 17 de agosto.

No panorama nacional, os casos de SRAG apresentam uma oscilação na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e indícios de aumento na tendência de curto prazo (últimas três semanas). As ocorrências de SRAG causadas por vírus sincicial respiratório (VSR) e influenza A continuam a diminuir na maior parte do país. Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência dos casos positivos foi de 22,6% por VSR, 19,4% por Sars-CoV-2 (covid-19), 16,3% por influenza A e 1,8% por influenza B.

Tatiana Portela, pesquisadora da Fiocruz e do Boletim InfoGripe, destacou a importância da vacinação, especialmente para os grupos de risco, diante do aumento dos casos de covid-19. Ela também alertou sobre o crescimento esperado da influenza B, reforçando a necessidade de que a população esteja com a vacinação em dia.

No ano epidemiológico de 2024, foram registrados 115.152 casos de SRAG. Desses, 55.912 (48,6%) tiveram resultado laboratorial positivo, 45.477 (39,5%) foram negativos e 7.499 (6,5%) aguardam resultado. Entre os casos positivos, 43,1% foram causados por VSR, 19,1% por influenza A, 7,7% por Sars-CoV-2 e 5% por influenza B.

Nas últimas oito semanas epidemiológicas, a incidência e a mortalidade de SRAG se mantêm mais elevadas nos extremos das faixas etárias. Em crianças até 2 anos, o VSR e o rinovírus são as principais causas de SRAG, enquanto entre idosos acima de 65 anos, a covid-19 já se aproxima da influenza A como principal causa de incidência e mortalidade.