O publicitário goiano Rafael Lisita foi premiado com o Leão de Ouro no Festival Internacional Cannes Lions, considerado uma das principais premiações da publicidade no mundo: é uma espécie de apogeu para a profissão nos patamares de um Oscar para o cinema. O evento ocorreu entre os dias 19 e 23 de junho, no Sul da França.

Publicitário da DM9, Lisita atuou no planejamento da campanha The Cost of Gold, encabeçada pela Agência em parceria com a Urihi Associação Yanomami, com a finalidade de conscientizar artistas de Hollywood sobre as repercussões do garimpo ilegal de ouro na Amazônia.

A ação proposta pela equipe foi a criação de uma estatueta de Omama, que é considerado pelos yanomamis como guerreiro, criador e protetor do seu povo. A peça desenvolvida para a campanha lembra o modelo daquela entregue aos vencedores do Oscar, todavia com a diferença de não ser banhada em ouro.

De acordo com Lisita, a estatueta foi enviada aos 20 principais nomeados com uma carta pedindo socorro. Deste modo, ela funciona como um meio de conscientizar às pessoas sobre o impacto social e natural de cada grama de ouro ilegal para a Floresta Amazônica e para o povo yanomami.

“Nossos objetivos eram gerar conversa, visibilidade pra pauta, provocar a academia de cinema, incentivar artistas a se mobilizarem e dar um empurrão para que o governo federal tomasse medidas”, explicou.

Marco na carreira

Em um perfil nas redes sociais, Lisita celebrou a conquista do prêmio, agradecendo o empenho de toda a equipe envolvida. Ele ainda relembrou de quando era acadêmico na PUC e ouvia dizer sobre os cobiçados leões de Cannes, conquistados por profissionais de referência. Hoje, o publicitário é um deles.

“Não sou um profissional movido a prêmios, assumo, mas não vou dizer que este “título” não mexe comigo, porque mexe. É um marco importante que faz eu me sentir no caminho certo da minha profissão, principalmente, por se tratar de uma ação com propósito maior. Fazer Publicidade também pode ser uma maneira de fazer o bem, de contribuir para a melhoria do nosso mundo e, sinceramente, sermos reconhecidos por isso é, para mim, ainda mais valioso”, descreveu Lisita. (Walison Veríssimo)