Nesta terça-feira (13), uma operação realizada pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) resultou no afastamento do juiz Adenito Francisco Mariano Júnior e de dois de seus assessores, que atuavam na Comarca de Silvânia. Além do afastamento, foi determinado o uso de tornozeleira eletrônica para os envolvidos, e foram realizadas buscas e apreensões em diversos locais, como o gabinete do juiz, residências e escritórios, além da decretação da indisponibilidade de bens. O TJ-GO ainda não divulgou quais crimes estão sendo investigados.

A decisão que gerou essas medidas foi tomada pela Desembargadora Nelma Branco Ferreira Perilo. Ela determinou também que fosse feita uma inspeção extraordinária na Comarca de Silvânia e a substituição imediata dos assessores do juiz afastado. Para garantir a continuidade dos serviços na comarca, o TJ-GO nomeou o juiz Fábio Borsato, da Comarca de Goiânia, para assumir temporariamente a Comarca de Silvânia, com o auxílio de Patrícia Bretas, diretora do foro da Comarca de Goiânia.

A Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (Asmego) expressou sua confiança na investigação e no respeito ao devido processo legal, reiterando que o juiz tem o direito de apresentar sua defesa. A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) também acompanhou a operação para assegurar que os direitos dos advogados envolvidos fossem respeitados, garantindo a observância do contraditório e da presunção de inocência.

O Conselho Regional de Contabilidade de Goiás (CRC-GO) informou que não recebeu notificações sobre a prisão ou acusação de contadores no âmbito da operação. O CRC-GO afirmou que tomará as medidas necessárias e abrirá um Processo Ético-disciplinar se algum contador registrado for indiciado.

A investigação teve início com apurações realizadas pela Corregedoria-Geral da Justiça em colaboração com o Núcleo de Inteligência do TJ-GO, a partir de denúncias recebidas sobre a conduta do juiz Adenito Francisco Mariano Júnior. A operação foi conduzida pela Polícia Civil e pela Procuradoria-Geral de Justiça, com autorização do Poder Judiciário. Magistrados auxiliares da Presidência e da Corregedoria-Geral do TJ-GO, além de integrantes do Ministério Público e da Comissão de Prerrogativas da OAB-GO, acompanharam a operação para assegurar que todos os procedimentos legais fossem devidamente seguidos.

Após a operação, a relatora levantou o segredo de justiça do procedimento, tornando pública a decisão sobre o inquérito judicial.