Antônio Delfim Netto, ex-ministro da Fazenda, Agricultura e Planejamento, faleceu na madrugada desta segunda-feira, 12 de agosto, aos 96 anos, em São Paulo. Internado desde o dia 5 no Hospital Israelita Albert Einstein, Delfim não teve a causa da morte divulgada oficialmente, com a assessoria informando apenas “complicações no seu quadro de saúde”. Ele deixa uma filha e um neto, e o velório será restrito à família.

Delfim Netto foi uma figura central na política econômica brasileira durante a ditadura militar, ocupando o cargo de ministro da Fazenda de 1967 a 1974. Sob os governos dos presidentes Costa e Silva e Emílio Médici, ele foi responsável pelo “Milagre Econômico Brasileiro”, um período de rápido crescimento econômico que, apesar de aumentar o PIB, também gerou maior desigualdade e dívida externa.

Posteriormente, Delfim atuou como ministro da Agricultura no governo do general João Figueiredo e, mais tarde, como ministro da Secretaria do Planejamento, onde liderou as negociações da dívida externa do país com credores internacionais e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Após o regime militar, Delfim foi eleito deputado federal por São Paulo, cargo que exerceu por 20 anos, de 1987 a 2007. Na academia, Delfim foi professor catedrático da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP (FEAUSP), onde fez contribuições significativas em pesquisas sobre planejamento governamental e desenvolvimento econômico.

Delfim Netto é lembrado por sua frase “fazer o bolo crescer, para depois dividi-lo”, que resumiu sua visão de que o crescimento econômico deveria preceder a distribuição da riqueza.