SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Fintech brasileira comprada pela Visa, o potencial da IA assistente de programação e outros destaques do mercado nesta quinta-feira (29).

VISA COMPRA FINTECH BRASILEIRA POR US$ 1 BI

A Visa anunciou nesta quarta a compra da startup brasileira Pismo, plataforma em nuvem de serviços bancários e pagamentos, por US$ 1 bilhão (R$ 4,85 bilhões) em dinheiro.

O valor é próximo do que foi gasto na compra da 99 pela chinesa Didi Chuxing, em 2018, igualando em valores absolutos ao da maior aquisição de uma startup brasileira, segundo a Sling Hub, plataforma de dados sobre startups no Brasil e na América Latina.

A Didi não divulgou o valor pago pela 99, avaliada à época em cerca de US$ 1 bilhão (US$ 1,2 bilhão, corrigido pela inflação), como mostrou a Folha de S.Paulo.

Para a Visa, a aquisição amplia seu portfólio de serviços a clientes, principalmente com foco na América Latina. A startup ajudará a gigante dos cartões a oferecer a instituições clientes ferramentas ligadas ao Pix.

Para a Pismo, que tem operações na América Latina, Ásia Pacífico e Europa, a aquisição significa internacionalizar ainda mais seus serviços e acessar os clientes de uma empresa do porte da Visa.

QUEM É A PRISMO

Fundada em 2016, oferece serviços bancários e de pagamentos para grandes instituições financeiras, fintechs e marketplaces. Alguns de seus clientes são Itaú, BTG, Nubank, B3.

Com sua infraestrutura de nuvem, a Pismo trabalha fornecendo soluções de banking as a service (banco como serviço), jargão para a oferta de serviços bancários a empresas que não necessariamente são do setor.

Ela disponibiliza uma variedade de soluções aos clientes, que podem selecionar apenas a ferramenta que desejar e integrá-la à sua plataforma, como se fosse no brinquedo lego.

Entre os serviços, estão a emissão de cartões, produtos de crédito, carteiras digitais e outros produtos bancários.

Em números: a fintech diz gerar 2,2 bilhões de transações no ano, que movimentam US$ 208 bilhões, além de 32 milhões de contas criadas por ano.

A última captação da empresa tinha sido anunciada em 2021, quando levantou US$ 108 milhões em uma rodada série B liderada por SoftBank, Accel e Amazon.

MAIS R$ 300 MILHÕES PARA ‘CARROS POPULARES’

O governo decidiu ampliar em R$ 300 milhões o programa de incentivos à compra de carros “populares”. O valor reservado agora deve chegar a R$ 800 milhões.

ENTENDA

A Folha de S.Paulo apurou com integrantes do governo que do valor inicial, de R$ 500 milhões, apenas R$ 420 milhões puderam ser acessados pelas montadoras, valor que foi atingido na última sexta (23).

A parcela restante estava travada pela regra do programa que mandava acomodar dentro do limite o impacto da perda de arrecadação com IPI e PIS/Cofins nos descontos feitos pelas fabricantes.

Agora, esses R$ 80 milhões voltam a ficar disponíveis para os descontos exclusivos a pessoas físicas (locadoras não entram na conta).

Os outros R$ 220 milhões serão liberados ao público em geral (pessoas físicas e empresas), mas ficarão sujeitos ao abatimento das perdas da Receita na arrecadação.

Em meio ao programa, a Volkswagen anunciou na terça (27) a suspensão da produção em suas fábricas no país. A montadora justificou a decisão pela “estagnação do mercado automotivo”.

O que explica os pátios de montadoras estarem lotados num momento em que o governo fornece incentivos ao setor produtivo?

A principal razão é que as locadoras, sem poder acessar os descontos, suspenderam as compras de carros novos com preço de até R$ 120 mil.

IA QUE PROGRAMA AUMENTARÁ PIB EM US$ 7,2 TRI

Em meio ao debate sobre riscos e benefícios da evolução da IA (inteligência artificial) para a humanidade, um estudo mostra que o aumento na produtividade de programadores gerado pela ferramenta impulsionará o PIB global em US$ 1,5 trilhão (R$ 7,2 trilhões) até 2030.

As projeções são do professor da Harvard Business School Marco Iansiti e do chefe-executivo do GitHub, Thomas Dohmke –um notório defensor da tecnologia do momento.

O QUE EXPLICA

O segredo para o aumento da produtividade está nas IAs assistentes de programação, que permitem que pessoas com menos conhecimento técnico desenvolvam programas funcionais.

O estudo estima que o número de desenvolvedores vai subir dos atuais 27 milhões ao redor do mundo para 45 milhões daqui a sete anos.

Além de ajudar quem conhece pouco a começar na área, as assistentes de programação também economizam muito tempo de quem entende do assunto, deixando para o algoritmo trechos de códigos que se repetem várias vezes ao longo do programa ou pesquisa de fontes e documentação.

POR QUE IMPORTA

O descasamento entre oferta e demanda de programadores é um problema que atinge praticamente todos os mercados do planeta. No Brasil, há procura por 70 mil profissionais de programação por ano, enquanto são formados