O Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) implementará uma ferramenta inovadora de inteligência artificial (IA) para combater a disseminação de notícias falsas nas eleições municipais de 2024. Desenvolvida pelo Instituto de Informática (INF) da Universidade Federal de Goiás (UFG) em parceria com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), essa tecnologia promete ser um modelo para o restante do país.

A ferramenta, parte do projeto “Ambiente Integrado de Compartilhamento de Serviços de Buscas e Recuperação para Análise de Veracidade de Informações: Processo Eleitoral Brasileiro”, permitirá uma análise rápida e eficiente das publicações na internet durante o período eleitoral. Coordenado por Eliomar Araújo, o sistema será acessível, em sua primeira versão, apenas aos servidores do TRE-GO. “O programa consiste em um portal/painel onde constarão as postagens suspeitas, avaliadas por uma IA que faz parte dessa solução tecnológica”, explica Araújo.

O funcionamento do programa baseia-se na checagem automática de postagens suspeitas, distorcidas ou fora de contexto. A IA utiliza uma base de dados de postagens de agências de checagem de fatos, facilitando o acesso à informação e a verificação de conteúdo. O grupo de pesquisa, composto por mais de 20 pessoas vinculadas ao Centro de Confiança Digital, Estruturas Críticas Abertas e Cibersegurança (C4TIC) da UFG, já vem atuando nesta área há algum tempo, com financiamento da FAPEG e da Anatel.

A tecnologia empregada atribui um valor entre 0 e 1 para cada notícia analisada, onde valores mais próximos de 1 indicam alta probabilidade de ser fake news e valores mais próximos de 0 indicam alta probabilidade de ser fato. Este mecanismo de checagem semiautomático fornece elementos para subsidiar o tomador de decisão, como pontua Araújo: “Ela não faz sozinha a checagem, mas apresenta elementos para subsidiar o tomador de decisão”.

Ferramentas como essa são fundamentais para assegurar a credibilidade do sistema eleitoral e combater a desinformação. A tecnologia detecta e corrige distorções em imagens e vídeos que possam prejudicar a imagem de candidatos. Além disso, o aprimoramento contínuo destas ferramentas, incluindo o monitoramento do comportamento de disseminação de desinformação, garante uma resposta eficaz às manipulações digitais, protegendo o processo eleitoral de influências indevidas.