O chefe do grupo terrorista Hamas, Ismail Haniyeh, foi assassinado em Teerã, no Irã, conforme informado pelo próprio grupo palestino em comunicado nesta quarta-feira (31). A Guarda Revolucionária do Irã confirmou o assassinato de Haniyeh e de um de seus guarda-costas, e está conduzindo investigações sobre o incidente.
Haniyeh estava em Teerã para participar da cerimônia de posse do presidente iraniano Masoud Pezeshkian, que contou com a presença de várias autoridades internacionais, incluindo o vice-presidente brasileiro, Geraldo Alckmin. Em vídeos divulgados pela mídia, Alckmin aparece ao lado de Haniyeh durante a cerimônia, poucas horas antes do assassinato. O ataque ocorreu às 2h da manhã de quarta-feira, horário local de Teerã (20h de terça-feira em Brasília), numa residência de veteranos de guerra no norte da capital iraniana.
O presidente palestino Mahmoud Abbas condenou veementemente o assassinato, conforme reportado pela agência estatal de notícias WAFA. Em resposta ao ataque, grupos palestinos convocaram uma greve geral e manifestações em massa.
O incidente coincide com um ataque aéreo israelense em Beirute, Líbano, que resultou na morte de Fuad Shukr, considerado o número dois do grupo extremista Hezbollah. As Forças de Defesa de Israel confirmaram a morte de Shukr em comunicado oficial.
Ismail Haniyeh era visto como um diplomata internacional do Hamas, frequentemente viajando entre a Turquia e a capital do Catar, Doha, para escapar das restrições de viagem da Faixa de Gaza e participar de negociações de cessar-fogo. Nomeado para o cargo mais alto do Hamas em 2017, Haniyeh era considerado por muitos diplomatas como um moderado em comparação com os membros mais radicais do grupo.
A morte de Haniyeh ocorre num momento de tensão elevada entre Israel e grupos militantes na região. Em maio, o procurador-chefe do Tribunal Penal Internacional pediu a prisão de Haniyeh por crimes de guerra durante o conflito entre Israel e Hamas. Outros dois líderes do Hamas, além do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e seu ministro da defesa Yoav Gallant, também tiveram a prisão solicitada.