O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta segunda-feira (29) propostas para reformar a Suprema Corte do país. As mudanças incluem a implementação de um código de conduta e o fim do cargo vitalício para os juízes, com a criação de um mandato de 18 anos. Biden classificou o tribunal como “extremista e aparelhado” e afirmou que vai trabalhar no Congresso para aprovar as reformas, embora reconheça as dificuldades devido ao controle republicano na Câmara dos Deputados e à estreita maioria democrata no Senado.

Durante um discurso no Texas, Biden destacou a necessidade de restaurar a confiança na Suprema Corte. Entre as medidas propostas, está a exigência de que os juízes revelem se receberam presentes, a proibição de envolvimento em atividades políticas e o afastamento de casos com conflitos de interesse pessoais ou de seus cônjuges.

Escândalos Recentes

As propostas surgem após escândalos envolvendo juízes conservadores da corte, como Clarence Thomas e Samuel Alito. Thomas recebeu presentes e viagens de um bilionário doador republicano, enquanto Alito foi flagrado exibindo símbolos trumpistas em sua residência. Ambos os juízes foram criticados por não se declararem impedidos de julgar casos relacionados ao ex-presidente Donald Trump.

Biden mencionou a necessidade de um mandato fixo de 18 anos para evitar uma “corte extremista”, referindo-se à supermaioria conservadora atual, formada durante o governo Trump. Além disso, propôs uma emenda constitucional para eliminar a ampla imunidade presidencial, beneficiando ex-presidentes por crimes cometidos no cargo. A vice-presidente Kamala Harris apoiou a iniciativa, afirmando que “ninguém deve estar acima da lei”.

A aprovação das reformas enfrenta obstáculos significativos. O presidente da Câmara dos Deputados, o republicano Mike Johnson, criticou as propostas de Biden, chamando-as de tentativa de “deslegitimar a Suprema Corte” e afirmou que elas não avançarão na Casa. Em resposta, Biden insistiu em sua determinação de encontrar uma maneira de aprovar as mudanças.

O Partido Republicano emitiu uma nota afirmando que a iniciativa de Biden faz parte de um plano para aumentar o número de assentos na corte com “juízes de extrema esquerda”.