O Ministério da Saúde confirmou, nesta quinta-feira (25), as primeiras mortes no mundo causadas por febre oropouche. As vítimas, duas mulheres com menos de 30 anos e sem comorbidades, faleceram no interior da Bahia após apresentarem sintomas semelhantes aos de dengue grave. A investigação foi conduzida pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab). Além disso, um óbito em Santa Catarina permanece em investigação, enquanto um caso no Maranhão foi descartado como relacionado à febre do oropouche.

Desde 2023, o Ministério da Saúde ampliou a detecção de casos de febre oropouche em todo o Brasil ao disponibilizar testes diagnósticos para a rede nacional de Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen). Isso permitiu que casos anteriormente concentrados na região Norte fossem identificados em outras partes do país. Em 2024, foram registrados 7.236 casos da doença em 20 estados, com a maioria dos casos no Amazonas e Rondônia.

Em Pernambuco, Bahia e Acre, foram registrados seis casos adicionais. Destes, dois evoluíram para óbito fetal, houve um aborto espontâneo, e três casos apresentaram anomalias congênitas, como microcefalia. O Instituto Evandro Chagas (IEC) identificou recentemente anticorpos do vírus oropouche em quatro recém-nascidos e o genoma do vírus em um caso de morte fetal.

O Ministério da Saúde emitiu uma nota técnica em 11 de julho de 2024, recomendando que estados e municípios intensifiquem a vigilância em saúde devido à confirmação da transmissão vertical do vírus. As secretarias estaduais de saúde, em conjunto com especialistas e o acompanhamento do Ministério da Saúde, estão analisando se há uma relação entre a febre do oropouche e os casos de malformação ou abortamento.

As recomendações incluem reforçar a vigilância durante a gestação e monitorar bebês cujas mães tiveram suspeita de arboviroses, como dengue, zika, chikungunya e febre do oropouche. Entre as medidas preventivas para gestantes, o Ministério da Saúde sugere evitar áreas com muitos mosquitos, especialmente onde há presença do “maruim” ou “mosquito-pólvora”, transmissor da doença, e usar roupas que cubram a maior parte do corpo.