Em discurso realizado no campus Lago do Sino da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em Buri, São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reafirmou o compromisso com a política de valorização do salário mínimo, prometendo manter os reajustes até o fim do seu mandato. Lula enfatizou que essa política, que corrige o mínimo pela inflação e pela variação do PIB de dois anos anteriores, terá impactos significativos sobre os gastos previdenciários, estimados em um aumento de pelo menos R$ 100 bilhões nos próximos quatro anos.

Desde janeiro de 2024, o salário mínimo é de R$ 1.412, com previsão de aumento para R$ 1.502 em 2025, uma alta de 6,73%. Lula destacou que, nos dois primeiros anos de seu governo, houve um reajuste de 11% no salário mínimo, afirmando que a continuidade desses aumentos transformará a população em consumidores mais ativos, beneficiando também a classe média e os agricultores.

“O povo consumindo mais, e os agricultores vão ter o que plantar. Vai ter mais comida barata, e a gente vai ficar mais bonitão, mais gordo”, declarou Lula.

Durante o evento, Lula anunciou um investimento de R$ 79 milhões para a UFSCar, diante de um público composto principalmente por alunos universitários e militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST). O presidente criticou a alíquota de imposto sobre herança no Brasil, comparando-a com a dos Estados Unidos. Segundo Lula, a alíquota de 4% no Brasil é insuficiente para incentivar doações de patrimônio.

Ele elogiou o escritor Raduan Nassar, que doou uma fazenda de 643 hectares para o governo federal, permitindo a criação do campus da UFSCar em Buri. “Nos Estados Unidos, 40% da herança é de imposto. Então por lá, como imposto é alto, você tem empresários que doam seu patrimônio para universidade, laboratório, fundação”, disse o presidente.

Lula também abordou o tema da energia limpa, afirmando que o Brasil está preparado para liderar o mercado de energias renováveis, como a eólica, solar e hidrogênio verde. Sem detalhar os planos específicos para esses segmentos, o presidente destacou que o país já possui 85% de energia limpa.

Encerrando seu discurso, Lula, de 78 anos, expressou otimismo sobre o futuro do Brasil, dizendo que se sente jovem e enfatizando que a causa pela qual trabalha é a de mostrar que o povo pobre não é o problema, mas a solução.

“Quando se tem uma causa, a gente não envelhece. Fui eleito para mostrar que o povo pobre não é o problema, é a solução”, concluiu o presidente.