Coronel da reserva do Exército, identificado como Carlos Alberto Pereira Leonel Marsiglia, foi o informante mencionado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em uma reunião que buscava proteger seu filho Flávio Bolsonaro de investigações sobre as “rachadinhas”, revelaram fontes próximas aos episódios. Segundo relatos, Marsiglia teve ao menos seis encontros fechados com Bolsonaro nos palácios do Planalto e da Alvorada ao longo de 2019.
Esses encontros ganharam destaque após a divulgação do áudio de agosto de 2020, no qual Bolsonaro discutiu estratégias para anular a investigação envolvendo seu filho. Na ocasião, Bolsonaro mencionou que recebia informações de um “coronel do Exército”, ironizando ao sugerir que deveria ter optado pelo serviço secreto russo.
A identificação de Marsiglia como o informante veio à tona durante a reunião na qual estavam presentes figuras como o chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, e o diretor-geral da Abin na época, Alexandre Ramagem, além de advogadas de Flávio Bolsonaro.
A agenda pública de Bolsonaro durante seu mandato registra pelo menos seis encontros com Marsiglia, sendo cinco deles em formato privado, ocorridos predominantemente no primeiro semestre de 2019. O primeiro desses encontros foi datado em 28 de março daquele ano, e o último em 23 de maio.
Procurada pela Folha, a defesa de Bolsonaro e o coronel Marsiglia não responderam aos pedidos de comentário até o momento.