MILÃO, ITÁLIA (FOLHAPRESS) – A extrema direita na Alemanha pulou do quarto para o segundo lugar na eleição para o Parlamento Europeu, segundo as primeiras projeções divulgadas após o encerramento da votação. O partido Alternativa para a Alemanha (AfD) deve obter 16,5% dos votos, mais de cinco pontos percentuais em relação a 2019.
A sigla tem forte discurso anti-imigração e de simpatia ao nazismo. O resultado foi obtido semanas depois a AfD ter sido excluído do grupo europeu a que pertencia, o Identidade e Democracia (ID), liderado pela francesa Marine Le Pen. Em entrevista, um dos líderes da AfD afirmou que nem todos os membros da SS, agrupamento paramilitar nazista, seriam criminosos.
O número posiciona o partido como a segunda maior força política no país, atrás dos democratas-cristãos (CDU), de centro-direita, que tem a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, como filiada. A sigla praticamente repetiu o desempenho de cinco anos atrás, ao ficar com 29,5%.
A Alemanha elege o maior número de cadeiras no Parlamento Europeu, 96 de um total de 720 assentos.
As legendas que formam a coalizão que governa a Alemanha, sob a liderança do primeiro-ministro Olaf Scholz, sofreram perdas significativas em relação tanto ao voto europeu de 2019 quanto à última eleição nacional, em 2021. O desempenho pode abalar o equilíbrio interno da maioria que ocupa o poder.
O SPD (sociais-democratas), partido de Scholz, ficou com 14%, em terceiro, depois de ter vencido o pleito nacional com 25,7%. Seus parceiros na coligação –chamada de semáforo, em referência às cores das siglas– também perderam pontos. Os Verdes aparecem em quarto lugar, com 12%, enquanto os liberais do FDP caíram de 11,4% em 2021 para 5%.



