YURI EIRAS
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A Marinha dos Estados Unidos e a Marinha do Brasil realizaram na última semana treinamentos conjuntos na costa entre o Espírito Santo e Rio de Janeiro. Os exercícios terminaram na segunda-feira (20) e envolveram um porta-aviões americano de 333 metros de comprimento.
A força naval dos EUA viaja pelo mundo com a operação Southern Seas – 2024, um intercâmbio com Forças Armadas de outros países da América do Sul. Os navios permanecem no Rio de Janeiro até o próximo dia 24. Depois, militares americanos passarão por Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Peru e Uruguai.
No Brasil, o exercício faz parte das comemorações de 200 anos das relações diplomáticas com os EUA.
A Marinha dos EUA empregou nos exercícios com os brasileiros o porta-aviões USS George Washington, cinco aeronaves, um destróier e um navio da guarda costeira. A aeronave americana F-35C, incluída na viagem, foi o primeiro caça Stealth de quinta geração a voar no espaço aéreo brasileiro. Pela Marinha do Brasil, foram escaladas para os exercícios três aeronaves e as fragatas Independência e União.
Destaque da viagem militar americana, o imenso USS George Washington tem capacidade de transportar até 6.000 pessoas e 90 aeronaves, incluindo aviões e helicópteros. Seus 333 metros de comprimento equivalem a pouco menos que os 381 metros de altura do Empire State Building, um dos mais emblemáticos edifícios dos EUA, e a cerca de três vezes a extensão de um campo de futebol de dimensões oficiais.
Lançado ao mar em 1990, o USS George Washington é equipado com dois reatores nucleares, motores a diesel e turbinas a vapor. Ele está ancorado no meio da baía de Guanabara e tem a navegação pelo Rio de Janeiro limitada por conta da ponte Rio-Niterói, que cruza a baía e tem 72 metros de altura.
A última vez em que o porta-aviões esteve no Brasil foi em 2015, em edição anterior da Southern Seas.
Os treinamentos começaram no dia 13 de maio, quando o navio da guarda costeira americana James atracou na base naval do Rio, em Niterói (RJ). Nos treinamentos no mar, militares realizaram testes de comunicações e manobras com navios e aeronaves. Helicópteros brasileiros fizeram manobras de transferência de carga e óleo para os navios americanos, pousaram a bordo das embarcações e interagiram com as torres de controle.
“A possibilidade de operar com os norte-americanos foi uma oportunidade de treinamento imprescindível, uma vez que esses militares estão envolvidos em guerras reais ao redor do mundo”, afirmou à Agência Marinha de Notícias o comandante Caetano Quinaia Silveira.
Em abril, militares da Marinha e do Exército da França realizaram exercícios em conjunto com a Marinha brasileira. A integração aconteceu na ilha de Marambaia, também no Rio de Janeiro.
O governo federal lançou em março o terceiro submarino construído em parceria com a França. Batizado de Prosub (Programa de Desenvolvimento de Submarinos), o programa, iniciado em 2008, enfrentou atrasos e restrições de orçamento. O cronograma original previa a conclusão das quatro primeiras embarcações no fim de 2022, mas o último só deve ficar pronto para navegação em 2025.