LEONARDO VOLPATO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Se ligarmos a TV à tarde, lá estará Chico Diaz interpretando uma cafetão, em “Paraíso Tropical”. Horas mais tarde, em “Renascer”, ele vive um padre. Chico gosta disso. Quer prova maior de sua versatilidade? “Realmente, essa diferença de personagens mostra em aspecto amplo o que um artista pode oferecer”, diz o ator, que no último dia 16 celebrou 65 anos.
Como era de se esperar, Padre Santo é um personagem bem mais comedido do que o cafetão Jáder, e a sua atuação nas duas novelas, ao mesmo tempo no ar, puxou uma corrente de elogios e apoios nas redes. Dias atrás, viralizou a frase “De cafetão a padre”, com fotos de Diaz com o figurino de cada um.
Com mais de 90 filmes na carreira, o ator, que também é pintor e expõe obras na Europa de tempos em tempos, não está muito habituado a interpretar mocinhos. Fazer o papel de homem bonzinho nunca foi regra na trajetória de Diaz, pelo contrário.
“Me colocaram a vida toda com personagens mais rudes e rurais, sempre rotulado como bandido violento. A certa altura, aprendi a dizer não a alguns papéis. Consegui fugir dessa mesmice e dessa prateleira que queriam me obrigar”, analisa, não sem antes fazer um contraponto: “Sempre que houver algum que dialogue com a realidade brasileira e realce componentes do homem brasileiro, vou querer fazer”.
Quem também brilhou em “Renascer” mas com participação restrita à primeira fase da novela foi o irmão de Chico, Enrique Diaz, 56, o Coronel Firmino. Os dois são muito parecidos fisicamente e trabalharam juntos pela primeira vez na carreira, mas não contracenaram, pois seus personagens não se cruzaram. Pronto. Já teve gente engrossando os rumores de que Chico e Enrique seriam a mesma pessoa. Eles riem da situação e chegaram a postar foto juntos, brincando com os comentários.
“A própria direção da novela evitou [encontro entre eles]. O desenho do personagem dele [Coronel Firmino] era bem contrário do meu, mas na internet virou uma confusão de quem é quem. A gente dá risada disso tudo. Quem sabe não fazemos uma série sobre isso? Poderíamos ser dois atores e viver 18 personagens”, diverte-se.
Certa vez, ele conta que uma pessoa levou essa confusão ao extremo. “Há uns quatro anos ou cinco anos, o Enrique voltou para a atuação em uma novela. E eu começo a receber elogios que claramente não são para mim, eu não era merecedor [risos]. Eu estava fora do país e meu irmão vivia um tal de Durval na TV”, brinca Chico sobre a atuação de Enrique em “Amor de Mãe” (2019).