Da redação Ojornalismo
“Competindo e lutando para ser campeão”. Quem ouve Raynã Oliveira Souza entoando essa frase, não imagina que o garoto, de 23 anos, já venceu muitas das batalhas impostas pela vida, entre elas um glaucoma congênito que tirou sua visão por completo.
Ele é Aprendiz do Futuro no Governo de Goiás, atua na Superintendência do Vapt Vupt, na Avaliação de Perfil e Treinamento do programa, e divide sua rotina entre trabalho, estudos e o futebol.
Neste mês, o jovem enfrentou mais um grande desafio: jogar na Seleção Brasileira Sub-20 de futebol de cegos, nos Jogos Parapan-Americanos, que terminou nesta segunda-feira (12/06), na Colômbia.
A final do futebol de cegos na competição ocorreu no domingo (11/06), em Bogotá, quando o time brasileiro venceu a Argentina por 1 a 0, com gol de Raynã, no Complexo Compensar.
Natural do Pará, Raynã passou por diversas seletivas até ser convocado para a seleção. Nada que assustasse quem já passou por 14 intervenções cirúrgicas – e mesmo assim o quadro não foi revertido. Hoje, com 23 anos, ele conta que começou a jogar bola aos 15, e mudou-se para Goiânia para buscar oportunidade de profissionalização.
“Ficamos orgulhosos em representar nosso país durante a competição. Somos um dos maiores campeões nessa modalidade e, mais uma vez, jogamos com muita raça e conseguimos manter o histórico de vitórias”, comentou o atleta.
Cursando o quarto período de Sistemas de Informações, foi no Vapt Vupt que Raynã teve a sua primeira oportunidade de trabalho. Em pouco tempo e com auxílio e adequações realizadas no local de trabalho, conseguiu se habituar ao ambiente, onde recebe apoio dos colegas.
“Estou sempre buscando evolução, e a parceria da equipe contribui para que eu tenha condições de exercer minha função com muita confiança”, relata o jovem, brevemente afastado para cumprir seus compromissos no esporte.
O próximo passo é, juntamente com o restante da equipe da seleção, seguir para a disputa do Grand Prix da França, de 24 de junho a 1º de julho, na cidade de Schiltigheim.