RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Após dois anos como rainha de bateria da Unidos de Padre Miguel, Thalita Zampirolli foi dispensada do cargo um dia depois da festa de comemoração do título da Série A do Carnaval do Rio e o acesso ao Grupo Especial em 2025. Quem anunciou a saída da modelo trans foi uma das diretoras da escola, Lara Mara Rodriguez nas redes sociais nesta sexta-feira (16).
“Em nome da diretoria agradeço muito a Thalita pelos dois anos de um belo reinado. Enfim, agora é para falar sobre pautas… Não adianta vocês puxarem motim como se a escola fosse preconceituosa por ela ser uma mulher trans. A UPM foi a primeira escola a ter um banheiro gay”, começou Lara no comunicado após críticas de vários sambistas sobre a saída da também influenciadora e acusando a escola de transfobia.
A diretora ressaltou que a escola pretende a eleger uma passista da comunidade como nova rainha em um concurso para o ano que vem. “Nesse momento de ascensão da UPM, nada mais justo que valorizar as nossas raízes e a nossa comunidade”, comentou Lara.
Ela ainda sugere que Thalita Zampirolli só estava à frente dos ritmistas por ter pago pelo posto: “No acesso, precisávamos do dinheiro da venda do cargo. Agora com nova estrutura e verba, teremos a oportunidade de realizar o sonho de uma das meninas da nossa comunidade. Fim de papo”.
Thalita Zampirolli desabafou nos stories do Instagram logo após o comunicado da diretora. Ela contou que na festa de comemoração do título da Unidos de Padre Miguel estranhou ter sido abordada por vários componentes. Eles já lamentavam a sua saída da escola “Cheguei a perguntar para Lara Mara e ela me disse que era mentira, ‘uma grande fofoca’ e agora surge isso”, afirmou.
A ex-rainha de bateria disse que não tem mágoas por não poder desfilar pela agremiação no Grupo Especial e que a decepção maior é como foi conduzida a sua saída. “Fui convidada pela escola para ser a rainha da bateria. Fui muito bem recebida e tive amor e carinho dos componentes. Estou chateada da forma como foi conduzido todo esse episódio. Que pecado seria eu querer estar junto com a minha escola no Grupo Especial, se todas sonham estar lá?”, concluiu.