SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Indispensável no #sextou de muitos brasileiros, a bebida alcoólica à base de cevada tem uma longa história.

A maioria das evidências aponta que a prática da cervejaria surgiu na região da Mesopotâmia entre os anos 8 mil e 4 mil a.C.

A primeira cerveja provavelmente foi produzida por acidente ao deixar os grãos de cereais fermentarem durante a noite.

E, ao contrário do que muita gente acredita, a cervejaria era uma atividade desenvolvida por mulheres. Na Suméria, eram elas que gerenciavam as famosas “casas da cerveja”, as tabernas.

Os antigos valorizavam tanto a bebida que acreditavam que ela fosse um presente dos deuses. Mais especificamente da deusa Ninkasi, cujo nome significa “senhora que enche a boca”.

Naquela época, a cerveja era consumida por adultos e crianças e chegava a substituir a água que nem sempre era potável.

Também chamada de “pão líquido” pelos Egípcios, era parte fundamental da alimentação e utilizada como pagamento a trabalhadores.

E era assunto sério: o Código de Hamurabi, de 1760 a.C, incluía várias leis de comercialização, fabricação e consumo da cerveja. Era condenado à morte quem não respeitasse os critérios de produção indicados.

Durante a Idade Média, monastérios passaram a fabricar a cerveja com ervas aromatizantes. O lúpulo, comum nas cervejas até hoje, passou a ser utilizado entre os anos 700 e 800.

Hildegarda de Bingen foi uma das grandes responsáveis por essa adição. A freira alemã é considerada a primeira a sugerir o uso da planta na bebida, por suas propriedades conservantes.

Em 1516, o duque Guilherme IV da Baviera promulga a “lei da pureza da cerveja” que estipula que os únicos ingredientes que podem ser utilizados na fabricação de cerveja são: água, malte de cevada e lúpulo.

Um dos tipos de cerveja mais conhecidos, a Pilsener foi produzida pela primeira vez em 1842 pelo cervejeiro  Joseph Groll na cidade de Pilsen, capital da região da Boêmia, atual República Tcheca.

Aqui no Brasil, o costume de beber cerveja chegou com a família real e foi difundido com a abertura dos portos às nações amigas em 1808.

A primeira notícia sobre fabricação nacional de cerveja é de 1836. “Essa saudável bebida reúne a barateza a um sabor agradável e à propriedade de conservar-se por muito tempo”.

A partir desta data, surgiram as grandes cervejarias. Bohemia foi fundada em 1853, a Antarctica, em 1868 e a  Brahma em 1888

Em 2019, o Brasil chegou a 1.209 cervejarias registradas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

A Associação Brasileira da Indústria de Cerveja (CervBrasil) aponta que o brasileiro bebe, em média, 65 litros de cerveja por ano.

Apesar de ser uma bebida com baixo teor alcoólico, é indispensável beber com moderação.