O cabotegravir é fabricado pela farmacêutica britânica GSK e agora já pode ser utilizado no Brasil – Pixabay

RAQUEL LOPES

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou o primeiro medicamento injetável contra o HIV. O cabotegravir é uma profilaxia pré-exposição (PrEP), ou seja, serve para reduzir o risco de contrair o vírus da Aids.

O medicamento é fabricado pela farmacêutica britânica GSK, mas ainda não há nenhuma divulgação sobre a comercialização no Brasil. A aprovação foi publicada no Diário Oficial da União no dia 5 de junho.

Atualmente a profilaxia pré-exposição para o vírus da Aids já é usada no SUS. No entanto, é preciso tomar um comprimido por dia do TE (tenofovir e encitrabina).

O medicamento foi aprovado pela FDA, agência reguladora dos Estados Unidos, em 2021. Ele é administrado primeiramente com duas injeções iniciais com um mês de intervalo e, depois disso, a cada dois meses.

Em artigo na Folha, o médico Drauzio Varella disse que droga pode revolucionar prevenção da Aids e diminuir 90% do risco.

As pesquisas mostraram que de janeiro de 2017 a novembro de 2020 ocorreram 40 infecções pelo HIV: quatro delas no grupo que recebeu cabotegravir; 36 no grupo tratado com TE. Portanto, o cabotegravir reduziu 88% do risco em relação às que tomaram um comprimido diário de TE.

“É um medicamento seguro, bem tolerado, capaz de manter sua ação inibitória por oito semanas, contadas a partir de uma injeção de 600 mg pela via intramuscular’, disse.

Entretanto, ressaltou que cada dose de cabotegravir custa US$ 3.700, nos EUA, preço que inviabiliza seu uso em quase todos os países.