A Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas de Goiás (Coopanest-GO) suspendeu a prestação de serviços nas unidades municipais de saúde e rede conveniada SUS de Goiânia a partir desta sexta-feira (5/1). Logo, a instituição informa que, a decisão se dá pela “inexistência de contrato entre as partes”. Além disso, existe um débito que chega a R$ 26 milhões. 

Na quinta-feira (4/1), conforme comunicado publicado em suas nas redes sociais da cooperativa, esta informou que os procedimentos eletivos foram suspensos, sem tentativa de negociação por parte da prefeitura. 

A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) disse, por meio de nota, que em reunião na tarde desta quinta-feira (4/1), representantes dos hospitais filantrópicos e a SMS discutiram novo meio de contratação de atendimento por médicos anestesiologistas.

Ainda segundo o texto, “a partir de agora, a contratação desses profissionais se dará por meio de negociações realizadas diretamente com cada instituição, como ocorre com as demais categorias médicas”, assinalou. 

A nota completa afirmando que o objetivo é proporcionar maior autonomia às instituições, a fim de que, “além de aprimorar as tratativas com os profissionais, possam melhorar a assistência à população e às práticas médicas”, conclui.

Cremego se manifesta diante da crise

O Conselho Regional de Medicina (Cremego) se manifestou em nota e assinalou “profunda preocupação diante da iminente paralisação total dos serviços prestados pelos médicos anestesiologistas da rede pública municipal de saúde de Goiânia”.

Para o Cremego, a paralisação total da assistência anestésica deixará desassistidos pacientes que dependem de cirurgias e outros procedimentos com necessidade de anestesia. 

Contudo, o conselho ressalta o compromisso em defesa dos direitos dos médicos e da qualidade da assistência médica à comunidade. A instituição cobra e aguarda solução para a crise.

Unidades de saúde impactadas

  • Clínica da Imagem; 
  • Clínica Médica de Endoscopia e Cirurgia; 
  • Gastro Salustiano; 
  • Hospital Santa Catarina; 
  • Hospital Araújo Jorge; 
  • Hospital Coração de Jesus; 
  • Hospital da Criança; 
  • Hospital das Clínicas (UFG-GO); 
  • Hospital de Olhos Vila Nova; 
  • Hospital Fundação Banco de Olhos; 
  • Hospital Goiânia Leste; 
  • Hospital Jacob Facuri; 
  • Hospital Ortopédico de Goiânia Geraldo Pedra; 
  • Hospital Ruy Azeredo (Monte Sinai); 
  • Hospital Santa Rosa; 
  • Hospital São Domingos; 
  • Hospital Vitta (Santa Lucia); 
  • Instituto Goiano de Hemoterapia (Ingoh); 
  • Instituto de Olhos de Goiânia; 
  • Pronto Socorro para Queimaduras; 
  • Santa Casa de Misericórdia de Goiânia;
  • Urocenter.

Desacertos

O contrato de prestação de serviços entre a Coopanest-GO e a prefeitura, celebrado em 4 de janeiro de 2016 para atendimentos eletivos e emergenciais em exames e cirurgias, tinha vigência até 29 de janeiro de 2021. Contudo, na ocasião, foi elaborado um aditivo. Logo, o documento prorrogava a prestação de serviços até 31 de janeiro de 2022. 

Nesse sentido, apesar de a Coopanest-GO ter feito várias tentativas de abertura do processo administrativo legal de contratação para evitar a suspensão dos atendimentos, não obteve resultados. Entretanto, a SMS optou por contrato emergencial. A vigência foi até 31 de janeiro de 2023. 

Mesmo com o fim do contrato, a Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas de Goiás afirma que continuou o atendimento normalmente. Portanto, enunciou não haver mais condições administrativas – por ausência de contrato, nem mesmo financeiras – pela interrupção de pagamentos, a fim de permitirem a continuidade do atendimento.