(Por Walison Veríssimo) – Ainda faltam mais de oito meses para as eleições municipais de 2024, mas os principais candidatos à Prefeitura de Goiânia já começam a se articular para disputar o cargo. Muito antes do pleito, políticos experientes e em inicio da trajetória tentam pavimentar seus nomes para a campanha.

O Jornalismo lista seis nomes que tentam viabilizar seus nomes. Nada garante que em outubro, ao fim do primeiro turno das eleições, a foto de todos eles estarão aparecendo na urna eletrônica, mas atualmente são os mais cotados junto ao cargo, seja por estímulo do próprio grupo ou por vontade própria.

O nome do atual prefeito Rogério Cruz (Republicanos) é o mais “natural” entre todos eles apesar de dificuldades dentro do próprio partido. Alçado à condição de prefeito após o titular Maguito Vilela (MDB) morrer ainda na primeira quinzena do mandato, em decorrência da Covid-19, o republicano viveu altos e baixos ao longo do mandato. As crises sem fim podem ser um obstáculo em seu caminho, mas a máquina pública a seu favor o coloca como um nome que não pode ser descartado, avaliam cientistas políticos.

Outro nome cotado, o senador Vanderlan Cardoso, do PSD, tem como trunfo a experiência: além de ter sido por duas vezes prefeito de Senador Canedo, promovendo uma revolução no município, o político vai para sua terceira tentativa ao pleito em Goiânia, já que entrou em campanha tanto em 2016 como em 2020, perdendo as duas para Iris Rezende e Maguito Vilela. Apesar de ainda não ter anunciado sua pré-candidatura, promete manifestar sua decisão ainda no primeiro bimestre de 2024.

A deputada federal Adriana Accorsi (PT) relutava em entrar na disputa até outubro do ano passado quando foi estimulada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pela presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffman (PT). Desde então decidiu lançar sua pré-candidatura e promete representar os progressistas de Goiânia na disputa. Cientistas políticos apostam no potencial de sua pré-candidatura em meio a concorrentes conservadores e que na maioria carregaram bandeiras bolsonaristas.

O presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), Bruno Peixoto é um deputado estadual arrojado e articulador, apostam especialistas. Garantiu uma eleição antecipada numa manobra legislativa após os próprios pares terem acabado com a possibilidade de reeleição ainda na legislatura passada. “A iniciativa em mudar o caminho partiu dos próprios colegas e não de Bruno”, revela um servidor de carreira da Alego. Antes, o seu projeto era de ir para Brasília em 2026 numa candidatura a deputado federal.

Entretanto, tomou gosto pela disputa após ver dificuldades do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) em ter um nome para a disputa em Goiânia. Ana Paula Rezende, o plano A do chefe executivo estadual desistiu do projeto e Gustavo Mendanha esbarra na legislação eleitoral, já que por duas vezes foi prefeito da vizinha Aparecida, entre 2016 e 2020 – renunciou para disputar o Governo de Goiás.

Diante deste cenário, Peixoto teria tudo para encabeçar a candidatura caiadista mas vê no próprio Ronaldo Caiado a resistência principal para consolidar seu projeto. É que o governador vê em Bruno uma coluna de sustentação de sua base na Alego. Sem ele, poderia ter inúmeros problemas com os parlamentares nos dois anos que findam sua gestão.

Com objetivos presidenciais em 2026, a última coisa que Caiado quer é problema e diante disso, tenta demover de Bruno, o projeto. Esse é um impasse que pode fazer com que o deputado estadual não apareça nas urnas em outubro de 2024, apesar dos claros sinais que o despontam como candidato na base.

Ainda na base caiadista aparece outro nome: o do empresário Jânio Darrot (MDB). Ex-prefeito de Trindade por duas vezes, o político agrada Ronaldo Caiado por ter perfil de gestão empresarial aliado à experiência política. Darrot foi sondado após pesquisas apontarem que este perfil também agradava o eleitor goianiense. No entanto, perdeu força após, na leitura de políticos da base caiadista, ter “falado demais” e se colocado como candidato já escolhido por Caiado.

O bolsonarismo radical também deverá ter seu representante e o nome de Gustavo Gayer (PL), deputado federal eleito utilizando a foto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece como forte postulante. Os bastidores apontam que ele é resistente a ideia pois gosta do trabalho que faz em Brasília e sabe que como prefeito deve moderar o discurso. No entanto, seu grupo estimula sua candidatura por entender que trata-se do único nome competitivo entre eles.