SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O que são os funcionários “nhoque” que viraram alvo de decreto de Milei que corta contratos temporários. O quanto o Brasil perde em impostos com o contrabando de cigarros. Marcel Telles, do trio do 3G, passa toda sua fatia na controladora da Ambev para filho e outros destaques do mercado nesta quarta-feira (27).

**MILEI MIRA FUNCIONÁRIO ‘NHOQUE’**

O presidente argentino Javier Milei anunciou nesta terça que não vai renovar os contratos temporários de mais de 5.000 funcionários federais que acabam neste mês.

Eles haviam sido assinados pelo seu antecessor, Alberto Fernández. O restante dos contratos temporários “entrarão em um processo de revisão por 90 dias” –eles somam 45 mil, segundo o Clarín.

AS EXCEÇÕES

Os trabalhadores que entram na cota de pessoas trans e com deficiência e também os que foram integrados aos quadros permanentes ao longo deste ano não estão na lista dos contratos rescindidos.

Funcionários “nhoque”: é como parte dos argentinos chama os funcionários temporários do governo. A expressão é voltada a servidores que teoricamente não trabalham e só aparecem no fim do mês para cobrar o salário.

“Nhoque” porque vem da tradição de comer o prato italiano para trazer prosperidade no dia 29 de cada mês, data de pagamento da administração pública.

A decisão de não renovar os contratos faz parte da agenda do ultraliberal de editar uma série de decretos com cortes de gastos. Ele havia prometido na primeira semana de governo reduzir 50% dos cargos hierárquicos e 34% dos cargos federais no total.

Milei também alterou uma série de outras leis, a que chamou de “choque” de reformas.

**R$ 94,4 BI PERDIDOS EM IMPOSTOS COM CIGARROS**

O contrabando de cigarro para o Brasil fez com que o país deixasse de arrecadar R$ 94,4 bilhões em impostos nos últimos 11 anos. O levantamento é da FNCP (Fórum Nacional Contra a Pirataria).

A grande maioria do produto ilegal vem do Paraguai, país onde o imposto sobre o cigarro não supera os 22% –no Brasil, varia de 70% a 90%.

MAIS NÚMEROS

4 em cada 10 maços consumidos no Brasil são de cigarro ilegal –ou contrabandeados do Paraguai (33%) ou de empresas brasileiras que sonegam impostos (8%).

R$ 15,9 bilhões foi o quanto o Brasil arrecadou com impostos sobre cigarros em 2022, quando a evasão provocada pelo contrabando foi de R$ 8,3 bilhões.

R$ 8,18 foi o preço médio das marcas nacionais de cigarros, ante R$ 5,08 o dos paraguaios.

A FNCP questiona uma decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) que entendeu que o princípio da insignificância é aplicável ao crime de contrabando de cigarros quando o total apreendido não ultrapassar mil maços.

Para a entidade, ela vai facilitar o contrabando dos cigarros por pessoas físicas, que se tornam “mulas” para o transporte de pequenas parcelas.

**TELLES PASSA FATIA EM CONTROLADORA DA AMBEV AO FILHO**

O bilionário Marcel Telles, um dos três principais sócios do fundo 3G Capital, doou toda sua participação na cervejaria Ab InBev, controladora da Ambev, para seu filho Max.

EM NÚMEROS

US$ 6,1 bilhões (R$ 29,5 bilhões) é o quanto vale a fatia de Telles na gigante de bebidas, conforme o Índice de Bilionários da Bloomberg.

9% foi quanto o patrimônio de Telles cresceu neste ano, para US$ 10,7 bilhões (R$ 51,7 bilhões).

QUEM É TELLES

com 73 anos, ele é o mais novo do trio do 3G, cuja participação acionária também é relevante em empresas como Kraft Heinz e Restaurant Brands International (dona do Burger King).

Telles é quem mais passou tempo trabalhando em cervejarias entre os três.

Ele dirigiu a Brahma depois que ela foi adquirida pelo antigo banco Garantia (que era do trio) e ainda ajudou a criar a Ambev em 1999.

**O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER?**

MERCADO

Haddad confirma reoneração do diesel e prepara anúncio de mais medidas. Ministro diz que já despachou tema com Lula e que agora propostas estão na Casa Civil.

RÉVEILLON

12 meses em 10 dias: Réveillon salva o ano de comerciantes de fogos de artifício. Apesar disso, eles reclamam que no passado era bem melhor e afirmam que lei não é clara.

MERCADO

Fábrica símbolo do Brasil do século 19 vive entre a glória e o abandono. Considerada berço da siderurgia do país, Real Fábrica de Ferro São João de Ipanema foi fundada em 1810 por dom João 6º na região de Sorocaba (SP).