BRASÍLIA, DF (FOLAPRESS) – O presidente Lula (PT) disse na posse do novo procurador-geral da República, Paulo Gonet, que ele não deve “se submeter à manchete de nenhum jornal e à manchete de nenhum canal de televisão”.

“Só tenha uma preocupação: fazer com que a verdade, e somente a verdade, prevaleça sobre qualquer outro interesse”, afirmou o presidente da República.

Gonet, que é apadrinhado pelos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, tem uma postura anti-Lava Jato e afirmou em seu discurso de posse que a PGR não busca palco nem holofote.

Lula discursou logo após Gonet. Na primeira fileira, assistiram ao evento ex-procuradores que trabalharam na Lava Jato, como Rodrigo Janot.

Empossado nesta segunda-feira (18) como chefe da PGR, Gonet afirmou que o momento é de “reviver na instituição os altos valores constitucionais” e que o órgão deve estar atento aos limites da sua atuação.

“Não podemos perder de vista que o equilíbrio tem que ser o nosso apanágio”, afirmou Gonet, em um discurso que defendeu que o Ministério Público Federal. “Não buscamos palco nem holofote.”

“Temos um passado a resgatar, um presente a nos dedicar, e um futuro a preparar”, afirmou. “O Ministério Público Federal vive um tempo crucial.”

Gonet tomou posse em mesa ao lado de Lula e dos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do vice-presidente do STF, Edson Fachin.

A cerimônia teve a presença de ministros do governo Lula, como Fernando Haddad (Fazenda) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União), de integrantes do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e do STF.

Também estavam no local ex-procuradores-gerais da República como Augusto Aras, Rodrigo Janot, Roberto Gurgel, Raquel Dodge e Antonio Fernando.

Paulo Gonet é subprocurador-geral desde 2012, último grau de carreira no MPF. Nos últimos anos, atuou como diretor-geral da Escola Superior do Ministério Público da União e como vice-procurador-geral Eleitoral, designado pelo ex-procurador-geral Augusto Aras.

No último cargo, foi o responsável por apresentar os pedidos de inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em julgamentos do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).