SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A agressão a um entregador na noite de domingo (3) teria motivado o ataque a pedradas contra uma lanchonete da rede McDonald´s e o hotel Monreale Plus Excelsior SP na avenida Ipiranga, no centro de São Paulo, na noite desta segunda (4).

A reportagem conversou com a vítima, que relatou ter levado um soco no nariz de um segurança do hotel após uma confusão generalizada entre entregadores e funcionários do restaurante por causa de demora na entrega de pedidos.

Lucas Prado, 24, relatou ter sofrido uma microfratura no nariz e por isso precisou levar sete pontos.

A reportagem pediu um posicionamento do McDonald´s e do hotel Monreale Plus Excelsior SP, por email, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.

Ele conta que, em meio à confusão da noite de domingo, um gerente da lanchonete e um dos motoboys tiveram uma discussão. Segundo Prado, o entregador não teria gostado das palavras usadas pelo gerente e o acertou com um soco no peito -depois, deixou o local.

Prado contou que pegou o pedido que aguardava e, de saída, comentou com outro motoboy que o gerente havia errado na forma como agiu. Um segurança do McDonald´s teria ouvido a conversa e dito a Prado que não o deixaria entrar na lanchonete novamente, ainda segundo o relato do entregador. Os dois discutiram, e Prado saiu com a entrega.

Instantes depois, diante de um novo pedido, Prado voltou ao McDonald´s, e o segurança de fato o barrou. À reportagem o entregador disse que conversou com o gerente, explicou a situação e pediu desculpas. Disse também que, enquanto aguardava o pedido, viu quando o segurança da lanchonete conversar com o segurança de do hotel vizinho, relatando o que havia acontecido.

“Coloquei a coleta na mochila. Quando ia sair, esse segurança [do hotel] me ameaçou. [Ele disse] ‘você veio aqui uma vez, tá causando, se vier aqui de novo você vai arrumar para a cabeça'”, contou. “Perguntei se ele estava me ameaçando. Ele me deu um tapa e na sequência me deu um soco no nariz, que abriu”, acrescentou o entregador, que está na profissão há cerca de cinco anos.

Segundo Prado, policiais militares estiveram no local e o orientaram a registrar um boletim de ocorrência pela agressão. Ele disse ainda que esperou por quatro horas a chegada de uma ambulância, e que o Samu o levou para a UPA Vergueiro.

Na segunda, um vídeo mostra que dois policiais acompanharam o ataque sem esboçar reação -a dupla inclusive buscou abrigo no dentro do hotel. Somente algum tempo depois, quando os motoboys já deixavam o local, um dos PMs deixou o hotel e apontou sua arma em direção ao grupo.

Em nota, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) afirma que “os dois policiais de patrulhamento de rua presentes no local, assim que identificaram o tumulto, solicitaram reforço para dispersar os agressores, que estavam em maior número, já que eles não possuíam equipamento de menor potencial ofensivo para controlar o tumulto”.

“Enquanto aguardavam o reforço, os policiais fizeram a proteção das pessoas que estavam em um hotel ao lado e se abrigaram para não serem atingidos por objetos lançados contra eles”, acrescenta a nota.