RAQUEL LOPES
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O Ministério da Saúde lançou, nesta terça-feira (6), um grupo que vai propor estratégias para a eliminação da transmissão vertical do HIV, o vírus é passado de mãe para filho, e de outras doenças relacionadas à pobreza.
A meta do Cieds (Comitê Interministerial para Eliminação da Tuberculose e Outras Doenças Determinadas Socialmente) é que a maioria dos problemas seja eliminada até 2030. Fazem parte da lista doença de Chagas, malária, hepatites virais, tracoma, filariose, esquistossomose, oncorcercose e geo-helmintíases.
A Folha de S.Paulo já havia adiantado em janeiro a intenção da pasta de eliminar ao menos seis doenças relacionadas às condições de pobreza, saúde precária e exclusão social.
A malária, por exemplo, representa um grande problema de saúde pública no país, com 99% dos casos concentrados na região amazônica e com incidência maior nas populações de maior vulnerabilidade social. Nesta terça, a pasta incorporou a tafenoquina, medicamento de dose única usado para combater a malária por Plasmodium vivax, tipo mais comum de doença no Brasil.
Para HIV, sífilis e hepatite B, a meta é eliminar a transmissão vertical, ou seja, quando a doença é passada de mãe para filho. Já nos casos de tuberculose e hanseníase, o objetivo é atingir as metas operacionais de redução e controle propostas pela OMS (Organização Mundial de Saúde) até 2030.
Na tuberculose a meta é reduzir a incidência para menos de 10 casos por 100 mil habitantes e as mortes para menos de 230 por ano. Em 2022, cerca de 78 mil pessoas adoeceram por tuberculose no Brasil -um aumento de 4,9% em relação à 2021.
A meta do Ministério da Saúde é alcançar as populações prioritárias e mais vulneráveis para essas doenças, como pessoas em situação de rua, pessoas privadas de liberdade, pessoas vivendo com HIV/AIDS, imigrantes e comunidades indígenas.
Fazem parte do Cieds o Ministério da Saúde, da Ciência, Tecnologia e Inovação, do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, dos Direitos Humanos e da Cidadania, da Educação, da Igualdade Racial, da Integração e do Desenvolvimento Regional, da Justiça e Segurança Pública e dos Povos Indígenas.
“Não é possível pensar o Ministério da Saúde sem abrir essa grande angular, para que nela possa caber um país com tantas desigualdades, mas também com tantas potências, como é o Brasil”, disse a ministra da Saúde, Nísia Trindade.
Por isso estamos todos juntos aqui hoje. Essa agenda significa a possibilidade de eliminar doenças como problema de saúde pública, algumas, inclusive, históricas. Esse comitê busca reduzir as desigualdades, para que tenhamos, efetivamente, saúde para todos”, completou.
Objetivos do comitê interministerial até 2030
Eliminar 8 doenças
Chagas
Malária
Hepatites Virais
Tracoma
Filariose
Esquistossomose
Oncorcercose
Geo-helmintíases
Eliminar a transmissão vertical, doença passada da mãe para o filho
HIV
Sífilis
Hepatite B
Alcançar metas operacionais da OMS
Tuberculose – Reduzir a incidência para menos de 10 casos por 100 mil habitantes e as mortes para menos de 230 por ano
HIV – Alcançar o índice de 95% das pessoas diagnosticadas, em tratamento e com carga viral controlada
Hanseníase – Interromper a transmissão em 99% dos municípios, eliminar a doença em 75% dos municípios, reduzir em 30% o número de novos casos