Segundo o Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu, a tecnologia pode trazer diversos benefícios, mas é necessário ter cuidado com a sua utilização
O bilionário da tecnologia Elon Musk deu mais um passo em direção ao desenvolvimento de novas tecnologias ao obter a autorização da FDA – Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos, para a testagem de chips cerebrais da sua empresa “Neuralink” em humanos.
O pedido já havia sido negado em 2022 por preocupações com a segurança do dispositivo, segundo informações elas estariam relacionadas à bateria que poderia apresentar um eventual superaquecimento e não esclarecimento sobre como a remoção seria feita sem danificar o tecido cerebral.
O que Elon Musk pretende com os chips cerebrais?
A Neuralink é uma empresa fundada em 2016 com o objetivo de desenvolver tecnologias para serem utilizadas em conjunto com o cérebro humano, projetando interfaces cérebro-computador através de eletrodos implantados na superfície cerebral e conectados a dispositivos externos.
Segundo Musk, o dispositivo pode trazer benefícios terapêuticos para diversas condições como paralisia, depressão e cegueira, além de interconectar o cérebro a supercomputadores e armazenar memórias.
As ambições do projeto trouxeram além de elogios, dúvidas e críticas, questionamentos éticos e legais acerca da viabilidade da sua utilização.
O que pode acontecer se os chips cerebrais forem para frente?
De acordo com o Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, as possibilidades para a nova tecnologia são positivas, mas é necessário ter cuidado com a forma como eles serão utilizados.
“Eletrodos para neuroestimulação já são utilizados há algum tempo em cirurgias cerebrais, mas claro, eles possuem suas limitações, se a nova tecnologia que está sendo desenvolvida conseguir superar esses limites e trazer melhoras de qualidade de vida para pacientes que possuem doenças atualmente sem cura, uma pessoa que não enxerga, conseguir enxergar, uma pessoa que não move um braço, passar a movê-lo, são horizontes absolutamente positivos”.
“O armazenamento de memórias é outro ponto muito importante que venho estudando e pode ser uma ferramenta importante para eternizar informações, seria muito interessante poder passar nossa história de vida, pelo menos após uma seleção, para as gerações futuras”.
“Além disso, a possibilidade de conectar o cérebro a supercomputadores pode ajudar a intensificar habilidades cognitivas, permitindo ampliar as capacidades humanas e proporcionar novas descobertas como essa”.
“Mas esse tipo de tecnologia deve ser trabalhada com muito cuidado pois ela pode violar um princípio da felicidade: A liberdade. No entanto, podemos notar uma preocupação do Elon Musk com o desenvolvimento de Inteligência Artificial, algo que, por exemplo, não notamos em Mark Zuckerberg, o que nos leva a crer que deve haver responsabilidade na forma como o projeto será conduzido, não haveria como ser feito de outra forma, não podemos ver os implantes como uma forma de roubar pensamentos”. Afirma Dr. Fabiano de Abreu.
Sobre Dr. Fabiano de Abreu Agrela
O Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, é um Pós-doutor e PhD em neurociências eleito membro da Sigma Xi, The Scientific Research Honor Society e Membro da Society for Neuroscience (USA) e da APA – American Philosophical Association, Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia e filosofia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. Pesquisador e especialista em Nutrigenética e Genômica. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat, membro-sócio da APBE – Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva e da SPCE – Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação. Membro das sociedades de alto QI Mensa, Intertel, ISPE High IQ Society e Triple Nine Society. Autor de mais de 200 artigos científicos e 15 livros.