MAUREN LUC

CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) – Além de problemas cardiovasculares e respiratórios, o calor atinge diretamente a pele. Brotoejas, rosácea e micoses podem aparecer, assim como assaduras, que não são exclusivas dos bebês. Adultos também sofrem com elas, em especial, obesos e pessoas com dificuldade de locomoção ou acamadas.

Entre os sintomas estão vermelhidão, prurido, ardência, coceira, feridas e dor. As manifestações geralmente aparecem nas coxas, virilha, axilas e abaixo das mamas, locais de maior atrito da pele com o suor e a urina. A umidade e o calor retidos nestas partes do corpo facilitam a proliferação de fungos e bactérias, causando irritações cutâneas e assaduras.

“Há um traumatismo da superfície da pele, que fica escoliada e irritada, podendo haver uma descamação”, explica Marcia Linhares, da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia). Ela lembra que fungos e bactérias já vivem nas áreas de dobra, mas com a mudança da imunidade local, o calor excessivo, a irritação, o inchaço e o atrito, eles passam a ser patogênicos e causar infecção.

Para evitar as assaduras, a indicação é manter estas áreas sempre limpas, secas e ventiladas. “É preciso fazer uma boa higiene do local, evitando deixar úmido; por isso recomendo sempre o uso de secador no modo frio, para garantir que as áreas fiquem secas”, diz a dermatologista Melanie Reginato, da Santa Casa Bragança Paulista.

Outra possibilidade é passar vaselina ou lanolina no local. Usar uma bermuda confortável evita o atrito da pele com o suor, no entanto, tecidos como lycra ou jeans não são recomendados. Roupas frescas e tecidos leves devem ser priorizados. “A pessoa vai para a praia e fica o dia todo com a roupa de banho molhada. Não pode. Isso facilita a colonização de fungos nessa área; junta tudo o que eles gostam”, afirma Linhares.

Quando a assadura já apareceu, o médico deve ser consultado. Em geral, o tratamento inclui pomadas à base de óxido de zinco, nistatina, lanolina ou outras que contenham agentes antifúngicos e antibacterianos. Tudo depende da avaliação do profissional.

“O tratamento se baseia em pomadas de nistatina com óxido de zinco e, se necessário, uso de corticoide tópico. Caso haja infecção local, primeiro tentamos o uso de pomada com antibiótico”, diz Reginato.

Em casos extremos de assaduras de repetição, com marcas enormes, também é utilizado antifúngico oral. “A assadura por si só não tem efeitos em outros órgãos, no entanto, assaduras não tratadas podem evoluir para uma infeção e, aí sim, chegar a outros órgãos”, afirma Reginato.

Existem ainda tratamentos com laser de diodo, de baixa luz. “Ele funciona como coadjuvante no tratamento, como anti-inflamatório e antibacteriano”, diz Linhares.

Faixas para a coxa, que evitam o atrito entre as pernas, são uma opção. No Brasil, elas são vendidas em silicone, pela internet, e custam aproximadamente R$ 100. Nos EUA, são fabricadas em elastano e parecem uma bandagem, porém, não são vendidas por aqui. “Estas faixas são indicadas para assaduras em região de coxa. Já para outras áreas de dobra, como região inguinal e axilas, não há opção. Elas ajudam a evitar a assadura, mas não se já houver lesão ativa”, afirma Reginato.