SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O mercado financeiro global começou a semana em compasso de espera, com leve tom negativo. A Bolsa fechou em queda e o dólar subiu nesta segunda-feira (13).

Investidores aguardam dados inflacionários dos Estados Unidos, que serão divulgados na terça (14), enquanto repercutem o rebaixamento da nota de crédito do país pela Moody’s, de “estável” para “negativa” na última sexta (10).

A medida vem após a Fitch, outra agência de classificação de risco, rebaixar o rating soberano dos EUA neste ano, na esteira de meses de embate político em torno do teto da dívida americana.

Em sua justificativa, a Moody’s citou grandes déficits fiscais e um declínio na capacidade de pagamento da dívida como riscos para a economia americana, fatores que ajudaram a elevar os juros dos treasuries (títulos do Tesouro americano) no último mês.

O que mais pressionou a rentabilidade da renda fixa americana, porém, foi a expectativa de que a taxa básica de juros do país continue a níveis elevados por mais tempo. Ela está no maior patamar desde 2001, entre 5,25% e 5,50%. A expectativa do mercado é que ela comece a baixar no meio de 2024.

Amanhã, a inflação de outubro pode dar pistas de quando se encerrará este ciclo de aperto monetário. A previsão é de uma desaceleração dos preços, de 3,7% em setembro, para 3,3%. No entanto, o núcleo da inflação deve permanecer inalterado em relação ao mês anterior.

Em Wall Street, os índices acionários tiveram desempenhos mistos. O S&P 500 e o Nasdaq cederam 0,08% e 0,22%, respectivamente. Já o Dow Jones subiu 0,16%.

Por aqui, o Ibovespa recuou 0,14%, a 120.398 pontos. Nas últimas três semanas, o principal índice da Bolsa de Valores brasileira acumulou uma alta de 6,55%.

Já o dólar comercial fechou em leve alta de 0,13%, a R$ 4,9081.

No geral, quanto mais altos os juros dos EUA, mais o dólar tende a se beneficiar globalmente, uma vez que investidores passam a mostrar maior interesse pelo extremamente seguro mercado de renda fixa americano.

Enquanto isso, no Brasil, investidores continuam de olho no risco fiscal, em meio a discussões sobre a mudança da meta de zerar o déficit em 2024.

“A discussão principal agora não é se a meta será alterada, mas para quanto”, disseram analistas da Guide Investimentos em nota a clientes.