RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A Polícia Militar faz, na manhã desta segunda-feira (13), uma operação no Complexo da Maré, zona norte do Rio de Janeiro. De acordo com a corporação, o objetivo é retirar de obstáculos das vias da região, as chamadas barricadas.

Até o momento, um homem foi preso e um fuzil e uma moto apreendidos. A PM informou que o homem estava com um rádio e monitorava a ação dos policiais. Ele foi levado para a delegacia de Bonsucesso, bairro próximo à região. Seu nome ainda não foi divulgado.

Participam da ação equipes do Comando de Operações Especiais, formado pelo Bope (Batalhão de Operações Especiais), o Choque, o BAC (Batalhão de Ações com Cães) e o Gam (Grupamento Aeromóvel).

A operação policial é feita em conjunto com o Seop (Secretaria Municipal de Ordem Pública) e o Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público. Segundo a Promotoria, os dois órgãos estão lá para demolir construções irregulares nas margens da Linha Vermelha, uma das principais vias expressas do Rio que circunda parte do Complexo da Maré.

O Ministério Público diz que as edificações que estão sendo demolidas foram erguidas em área pública, em calhas de escoamento de águas pluviais da região, interligadas aos canais que desembocam no Rio Ramos. Elas também estão próximas ao batalhão da Polícia Militar e, segundo a Promotoria, apresentam riscos à segurança pública.

Por causa desta operação, as aulas da rede pública de ensino tiveram que ser suspensas. Segundo a Secretaria Municipal de Educação, 21 escolas foram impactadas e 7.185 alunos afetados.

Já na rede estadual, duas escolas tiveram que suspender as aulas, afetando o ensino de 850 alunos.

No início do mês passado, a Maré foi novamente palco de uma operação da Polícia Militar. Durante seis dias, a PM fez incursões pelas comunidades na tentativa de desarticular a facção criminosa que domina a região.

No primeiro dia da operação, a polícia cumpriu apenas 6 dos 100 mandados de prisão contra traficantes do Comando Vermelho. Nenhuma liderança da facção foi preso.

Moradores da Maré também relataram que, durante os dias de incursão policial nas comunidades, os agentes cometeram abusos e invadiram casas sem mandados de busca e apreensão. Houve também tiroteios entre policiais e criminosos.