RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Os serviços pagos de streaming de vídeo estavam presentes em 43,4% dos domicílios com aparelhos de TV no Brasil em 2022. A conclusão é de um novo indicador divulgado nesta quinta-feira (9) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em termos absolutos, o percentual de 43,4% correspondia a 31,1 milhões de lares em um universo de 71,5 milhões de endereços com TV no país. Os serviços pagos de streaming de vídeo são ofertados por plataformas diversas, como Netflix, Amazon Prime Video, Globoplay e Disney+.
O IBGE, contudo, não detalha os nomes das empresas no levantamento. O percentual de domicílios com TV onde não havia acesso a streaming foi estimado em 56,6% em 2022, o equivalente a 40,4 milhões.
Esta é a primeira vez que o instituto analisa o tema em um módulo da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) sobre TIC (tecnologia da informação e comunicação).
Por isso, não há dados comparáveis de períodos anteriores. A investigação do tema ocorreu no quarto trimestre de 2022.
A renda média mensal per capita (por pessoa) foi estimada em R$ 2.454 nos domicílios com streaming de vídeo pago. Isso representa mais do que o dobro do rendimento médio nos lares sem o serviço (R$ 1.140).
As plataformas de streaming passaram a ser vistas como concorrentes dos pacotes de TV por assinatura, que perderam participação no país, segundo o IBGE.
No ano passado, 27,7% dos domicílios com televisor tinham acesso aos serviços de TV por assinatura. A proporção correspondia a 19,8 milhões de endereços em um universo de 71,5 milhões.
O ano de 2022 foi o segundo ano consecutivo em que o percentual dos serviços de TV por assinatura ficou abaixo de 30%. A proporção era de 27,8% em 2021.
Em 2016, ano inicial da série histórica do IBGE, a TV por assinatura estava presente em 33,9% dos domicílios com televisor. À época, o número estimado de lares com esse serviço era de 22,2 milhões.
A renda média mensal per capita foi de R$ 2.693 nos lares com televisor e acesso ao sinal por assinatura. A quantia é quase o dobro do rendimento nos endereços com TV e sem esse serviço (R$ 1.360).
14,3% DAS CASAS COM INTERNET TINHAM DISPOSITIVOS INTELIGENTES
Além do recorte sobre streaming pago, outra novidade deste módulo da Pnad abrange o que o IBGE chama de dispositivos inteligentes.
São equipamentos que podem ser acessados pela internet, como assistentes virtuais, câmeras, caixas de som, lâmpadas, ar-condicionado e geladeiras.
Em 2022, de um total de 68,9 milhões de domicílios conectados à internet no Brasil, 14,3% (ou 9,9 milhões) tinham algum tipo de dispositivo inteligente. O percentual foi maior nas áreas urbanas (15,3%) do que nas localidades rurais (6,1%).
Na comparação das grandes regiões, as proporções mais elevadas foram registradas no Sul (18,2%) e no Sudeste (15,9%). O Nordeste, por sua vez, teve o menor percentual de lares conectados à internet com acesso aos dispositivos (9,9%).
Em média, o rendimento mensal per capita foi de R$ 3.116 nos domicílios do Brasil com a presença desses equipamentos. O valor é mais do que o dobro do estimado nos lares sem os dispositivos inteligentes (R$ 1.532).
56,5% DOS LARES CONTAVAM COM RÁDIO
O levantamento também trouxe pela primeira vez informações sobre a existência de rádio nas casas dos brasileiros. Segundo a pesquisa, a presença desse equipamento foi registrada em cerca de 42,6 milhões de domicílios em 2022, o equivalente a 56,5% do total de lares no país (75,3 milhões).
O IBGE afirmou que esse percentual também engloba os rádios acoplados a outros equipamentos em casa, desde que a transmissão ocorra pelo sistema de radiodifusão.
“Estamos falando de aparelho de rádio que pega sinal pela tecnologia de radiodifusão. As pessoas que escutam música pela internet, mesmo que seja no site de uma rádio, e não pelo aparelho de rádio, aí não”, afirmou Gustavo Geaquinto Fontes, analista da pesquisa do IBGE.
Segundo ele, os cálculos ainda desconsideram os aparelhos instalados em automóveis, por exemplo.
Na área rural, 58,2% dos domicílios tinham rádio em 2022. O percentual superou o do setor urbano (56,3%). O Sul teve a maior proporção entre as regiões (64,8%). O Norte registrou a menor (46,8%).