SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Parte de usuários de drogas da cracolândia, no centro de São Paulo, migrou da rua dos Protestantes, na região da Santa Ifigênia, para o final da rua Mauá nesta quarta-feira (8).

O novo ponto de concentração fica encostado à estação da Luz e a poucos metros da rua José Paulino. Os usuários ocupam o trecho entre o viaduto General Couto de Magalhães e a rua Cásper Líbero.

O policiamento na região foi reforçado com equipes da Polícia Militar e da Guarda Civil Metropolitana em carros e motos.

Por volta das 21h, um grupo de usuários chegou a deixar a rua Mauá e seguiu até o largo General Osório, nas proximidades da Sala São Paulo. No entanto, cerca de 30 minutos depois, eles retornaram para o ponto no entorno da estação da Luz.

No mesmo horário foi possível visualizar usuários consumindo crack em diversos cruzamentos dos bairros da Santa Ifigênia e de Campos Elíseos. Entretanto, pontos antes ocupados, como a rua dos Gumões e a rua dos Protestantes, estavam cercados por guardas-civis e sem a presença de dependentes químicos.

Em nota, a Prefeitura de São Paulo disse que a concentração de dependentes químicos é dinâmica e se move por conta própria. A gestão Ricardo Nunes (MDB) disse ainda que as questões sobre as políticas de segurança pública devem ser encaminhadas à Secretaria de Segurança Pública do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos). Procurada, a pasta não se pronunciou.

Na noite anterior, em mais um episódio de tumulto na cracolândia, usuários de drogas atearam fogo em sacos de lixo e bloquearam por alguns minutos a avenida Rio Branco.

Policiais militares estiveram no local por volta das 23h e dispersaram o grupo com uso de bombas. Em seguida, os dependentes químicos passaram a caminhar por ruas da Santa Ifigênia e dos Campos Elíseos, dois bairros diretamente afetados pela concentração de traficantes e usuários de drogas.

A sequência de tumultos em novembro começou no dia 1º, quando um dependente químico pediu ajuda a comerciantes após ser atingido por uma bala de borracha no braço.

No mesmo dia, usuários da cracolândia saquearam uma loja especializada em conserto e venda de acessórios para celulares na rua Santa Ifigênia. Foram furtados 20 celulares e um notebook deixados por clientes para conserto, além de máquinas usadas no reparo dos produtos.

Dois outros endereços também registram há pelo menos três meses um crescimento do fluxo de dependentes químicos, segundo relatos de moradores e trabalhadores locais, e acompanhamento da reportagem nesse período.

São eles o final do viaduto Júlio de Mesquita Filho, sob a praça Franklin Roosevelt, até o início do elevado presidente João Goulart (o Minhocão), na Consolação; e o trecho contíguo ao túnel José Roberto Fanganiello Melhem, que liga a avenida Paulista à avenida Rebouças.