SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Câmara de Representantes dos EUA aprovou nesta terça (7) uma moção de censura contra a deputada democrata Rashida Tlaib, de Michigan, única legisladora de ascendência palestina.
Com 234 votos a favor e 188 contrários, a Câmara de maioria republicana a repreendeu por comentários feitos sobre a guerra Israel-Hamas, acusando-a de promover narrativas falsas sobre o conflito e de advogar pela destruição do Estado de Israel.
A medida de censura na Câmara, assim como no Senado americano, representa uma sentença formal de desaprovação a um de seus membros adotada por uma maioria. Ela não remove o representante de seu cargo.
Desde o início das hostilidades, em 7 de outubro, Tlaib tem criticado as ações do grupo terrorista Hamas. Ela, no entanto, também é crítica à resposta de Israel em Gaza e ao apoio fornecido por Washington a Tel Aviv.
A moção de censura apresentada pelo deputado republicano Richard McCormick foi motivada por uma fala da democrata nas redes sociais. Nela, Tlaib usou a expressão “do rio ao mar”, espécie de lema palestino que defende o estabelecimento de um Estado palestino na faixa de terra que vai do rio Jordão ao mar Mediterrâneo.
Como a área compreende o território de Israel, alguns consideram que a expressão insinua que o país deveria ser erradicado do mapa e seria, portanto, antissemita.
Tlaib vinha rejeitando as acusações de antissemitismo. Em discurso na Câmara na noite de terça-feira, disse que seu ponto de vista era “mais necessário do que nunca” naquele espaço, justamente por ser a única deputada palestino-americana.
Segundo consta em seu site de campanha, ela é a primogênita de 14 irmãos e nasceu na cidade americana de Detroit filha de um casal de imigrantes palestinos.