Projeto desenvolvido pela Associação Fala Mulher e pelo SBT é exibido durante a programação da emissora

Mônica Bergamo

Folha Press- A Associação Fala Mulher e o SBT do Bem, plataforma social da emissora de televisão, desenvolveram uma campanha que utiliza a Linguagem Brasileira de Sinais (Libras) como mais uma ferramenta de combate à violência contra as mulheres.

O projeto denominado “Voz do Silêncio” foi criado pela agência de publicidade We. Durante a exibição regular da programação do SBT, na faixa em que é sinalizada a classificação indicativa da atração, é veiculada também, por meio de uma mulher falando em Libras, uma mensagem que só mulheres que conhecem essa linguagem conseguem entender.

“Ei, você… É, você que está me assistindo. Você não está mais sozinha em caso de violência. Faça já sua denúncia em Libras no falamulher.ong.br”, diz o texto. No site indicado, as vítimas encontram um canal exclusivo para denunciarem violências.

A campanha quer sanar uma dificuldade que muitas mulheres surdas ou com deficiência auditiva encontram quando vão até uma delegacia, mas não conseguem ser plenamente entendidas em seus relatos. Em muitos casos, o boletim de ocorrência acaba sendo registrado como denúncia de incapaz.

O conceito principal da proposta, segundo seus idealizadores, é o de que se manifestar sobre a violência sofrida é a melhor maneira de interromper os ciclos de agressões.

O projeto conta também com um filme chamado “Loja”, que começa com uma vendedora mostrando um vestido para uma cliente provar. Quando experimenta e roupa, porém, a mulher não se sente confortável. Ao se olhar no espelho, ela ouve a voz do marido dizendo frases como “parece uma vagabunda”, entre outras. Por causa da violência psicológica sofrida em casa, a mulher acaba não comprando o vestido.

Ao final, uma mensagem convoca o público a denunciar este tipo de crime por meio do disque 180. O vídeo tem produção da Santería.

A campanha possui ainda anúncios em que há uma foto de uma mulher com um QR-Code em cima dos lábios. Ao escanear o código, as pessoas podem ouvir um agressor praticando violências que são comuns no dia a dia das vítimas.

O SBT é coautor do projeto e também ofereceu a sua estrutura para o desenvolvimento do trabalho. A emissora afirma que disponibilizará todos os materiais para outros canais de TV para que a campanha possa atingir um número ainda maior de pessoas.