População brasileira está envelhecendo, mudando pirâmide demográfica — Foto: pixabay

JULIO WIZIACK E DIEGO FELIX

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Allianz, uma das maiores seguradoras e gestoras de ativos do mundo, diz que o Brasil precisa fazer uma nova reforma na Previdência.

No governo Michel Temer, a reforma foi enviada ao Congresso e aprovada na gestão de Jair Bolsonaro, em 2019. A principal mudança foi o aumento da idade mínima para a aposentadoria.

A Allianz, no entanto, aponta a necessidade de mudanças adicionais. Caso contrário, a Previdência brasileira não será “sustentável”. Uma saída seria o governo reduzir o trabalho informal, ampliando a base de contribuição ao sistema.

Na avaliação da companhia, até 2050, a cada cem brasileiros, um terço terá mais de 65 anos, o que pressionará o caixa da Previdência.

A única saída, caso o quadro não seja revertido pelo governo Lula, será reduzir benefícios.

O estudo mapeou o regime previdenciário de 75 países e criou um índice próprio baseado em três pilares: análise das condições demográficas e fiscais básicas, determinação da sustentabilidade e adequação do sistema previdenciário.

O Brasil recebeu uma pontuação de 4,3 e ocupa a 65ª posição entre os países avaliados. Está atrás de economias mais sólidas, como a Dinamarca, Holanda, Suíça, Nova Zelândia e Estados Unidos -os cinco melhores sistemas- e outros país com economias menos desenvolvidas como Chile, Uruguai, Vietnã, Argentina, Quênia, Camboja, Kuwait e Nigéria.

Atrás do Brasil, no entanto, estão emergentes como Índia, Arábia Saudita e Emirados Árabes -países em expansão econômica, porém com alto nível de concentração de renda.

Outro debate apontado pelo relatório envolve os problemas com etarismo nas empresas. A Allianz afirma que se os países quiserem melhorar o sistema previdenciário e aumentar o período de atividade dos trabalhadores, as empresas precisam adotar políticas mais flexíveis de contratação de pessoas em período de transição da fase ativa para a aposentadoria.

Sem uma mudança na mentalidade das companhias, que tendem a buscar profissionais mais jovens e com menor salário, os ajustes no sistema previdenciário causarão apenas aumento do desemprego e da desigualdade.