Diversas regiões de Goiás enfrentarão temperaturas excepcionalmente elevadas durante a semana, com destaque para Porangatu, que pode atingir a marca de 40°C ou mais.

Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) alerta a população para os cuidados necessários com a saúde diante da onda de calor pela qual passa o estado e que deve se prolongar pelos próximos dias.

Conforme informações do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas do Estado de Goiás (Cimehgo), as temperaturas estarão até 5°C acima da média, acompanhadas de uma significativa redução na umidade relativa do ar durante as tardes, com índices que podem atingir níveis críticos, abaixo de 12%.

Diversas regiões de Goiás enfrentarão temperaturas excepcionalmente elevadas durante a semana, com destaque para Porangatu, que pode atingir a marca de 40°C ou mais. Outras regiões também estarão sujeitas a calor intenso, incluindo Itumbiara (38°C), Ceres (37°C), Formosa (34°C) e a capital do estado, com previsões de até 39°C.

O médico Infectologista da SES, João Alves de Araújo Filho, explica que as altas temperaturas podem, inclusive, ter impacto nas doenças respiratórias. “O calor excessivo pode ter sérias consequências para nossa saúde, desde a desidratação leve até a morte. Normalmente o calor vem acompanhado por diminuição da umidade do ar. Isto pode piorar doenças respiratórias, como a asma e a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). Favorece também quadros de infecção respiratória’’, destaca.

RISCOS PARA SAÚDE E PARA O MEIO AMBIENTE

“O problema mais grave associado a essa situação climática é a condição das vegetações, que estão extremamente secas. Isso cria um cenário propício para incêndios florestais, já que as pessoas podem iniciar queimadas que liberam fumaça na atmosfera. A fumaça proveniente desses incêndios pode ficar retida na atmosfera e não se dissipar adequadamente, o que representa um sério risco para a qualidade do ar e a saúde das pessoas”, pontua André Amorim, gerente do Cimehgo, da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad).

CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS

Segundo Cynthia Moraes, Coordenadora da Fiscalização e Monitoramento de Alimentos da Superintendência de Vigilância em Saúde (Suvisa/SES), explica que em dias quentes os cuidados devem ser redobrados quanto ao armazenamento de alimentos, pois o calor excessivo propicia o desenvolvimento de microrganismos indesejáveis e de toxinas, o que leva à contaminação e, consequentemente, à deterioração deles.

Cynthia Moraes explica que esses microrganismos se proliferam rapidamente em temperaturas elevadas. Portanto, é necessário conservar os alimentos em ambientes arejados, frescos e, se necessário, sob refrigeração, sempre seguindo as orientações do fabricante. Em caso de descongelamento, é preciso mantê-los sob refrigeração até o final do processo de degelo.

“Os alimentos preparados devem ser consumidos na hora e, logo após o consumo, guardá-los imediatamente em refrigeradores em recipientes fechados. Devemos observar alterações nas características sensoriais dos alimentos, tais como alteração na cor, odor, sabor e textura. Outra consideração importante é o aparecimento de fungos/ bolores, pois estes microrganismos se desenvolvem melhor em temperaturas entre 25 °C e 30 °C”, afirma a coordenadora.

PRINCIPAIS IMPACTOS NA SAÚDE E COMO PREVENIR

Desidratação: O calor extremo pode causar desidratação, que ocorre quando o corpo perde mais líquidos do que recebe. É essencial beber água regularmente, mesmo antes de sentir sede, para prevenir a desidratação.

Exaustão ou fadiga pelo calor: A exposição prolongada ao calor pode levar à exaustão, caracterizada por mal-estar, fraqueza, náuseas, síncope (desmaio), taquicardia e hipotensão. Acima de 40°C, pode haver aumento da temperatura corporal e alteração do estado mental. Isso pode levar a insuficiência de órgãos, incluindo pulmões, coração e fígado. Evitar a exposição prolongada ao calor e buscar sombra ou locais mais frescos é fundamental para prevenir essas complicações.

Grupos vulneráveis: Crianças e idosos são mais suscetíveis aos efeitos adversos do calor. Eles têm maior probabilidade de desenvolver complicações com maior rapidez e gravidade. Portanto, é crucial garantir que esses grupos recebam hidratação adicional e permaneçam em ambientes bem ventilados ou refrigerados.

Alimentação adequada: Evitar alimentos gordurosos e de difícil digestão ajuda a minimizar o desconforto durante o calor. Optar por alimentos leves, ricos em água e sais minerais, como vegetais e frutas, é aconselhável.

Atividade Física: Realizar atividades físicas nas horas mais frescas do dia, como no início da manhã ou no final da tarde e noite, é mais seguro. Lembre-se sempre da necessidade de hidratação e considere reduzir a intensidade e a duração dos exercícios em dias de calor intenso.

Fonte: Agência Cora Coralina