BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O blogueiro Wellington Macedo de Souza, um dos condenados pela tentativa de explodir uma bomba nas imediações do Aeroporto Internacional de Brasília, foi preso em Cidade do Leste, no Paraguai, nesta quinta-feira (14).

Macedo já havia sido detido, em setembro de 2021, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), sob acusação de incentivar ato antidemocrático no 7 de Setembro de 2021. Ele deixou a prisão no dia 15 de outubro do mesmo ano.

Em agosto, a Folha de S.Paulo mostrou que Macedo tentou se credenciar para cobrir a posse do presidente paraguaio, Santiano Peña, em Assunção. O evento contou também com a presença do presidente Lula, e o governo paraguaio negou a credencial.

Macedo cumpria, desde outubro de 2021, prisão domiciliar e estava de tornozeleira eletrônica. Por causa dessa prisão, ele passou a ser apontado como injustiçado por bolsonaristas.

Segundo informações da PF, ele rompeu a tornozeleira no dia 25 de dezembro —um dia depois da tentativa de explosão de um caminhão. O monitoramento da tornozeleira permitiu à polícia refazer os passos do grupo na noite em que plantou a bomba no veículo.

Em entrevista por telefone à Folha de S.Paulo em abril, Macedo disse ser inocente no caso da tentativa de explosão da bomba, afirmou que não sabia da existência do artefato nem do plano para detoná-lo e alegou ser alvo de perseguição do Judiciário.

Na ocasião, disse que não pretendia se entregar à polícia.

“Eu não voltei mais em casa, fui para outra cidade. Estou numa fazenda de pessoas que conheci no acampamento. Estou bem isolado, estou longe”, disse na ocasião.

A PF tem registros de que ele também participou de tentativa de invadir a sede da corporação em Brasília, em 12 de dezembro, quando veículos e ônibus foram incendiados diante de uma tímida reação da Polícia Militar do Distrito Federal. Ninguém foi preso na ocasião.

Macedo já esteve empregado no governo de Jair Bolsonaro (PL). Em 2019, foi nomeado assessor no Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, na gestão de Damares Alves, hoje senadora pelo Republicanos no DF.

Ele foi lotado na Diretoria de Promoção e Fortalecimento dos Direitos da Criança e do Adolescente no ministério, com salário de R$ 10.373,30, segundo o Portal da Transparência.

Sua permanência no cargo se deu entre janeiro e outubro daquele ano. Em publicação nas redes sociais, Damares negou que ele tenha sido seu assessor direto e disse repudiar “tentativas levianas de associar minha imagem às ações dele e/ou do grupo ao qual faz parte”.

Macedo era ativo nas redes sociais, com chamamentos a protestos antidemocráticos, alusões a um golpe militar e organização de caravanas para atos. Em 2019, participou da posse de Bolsonaro e —segundo relatos, tinha atuação afinada com o chamado gabinete do ódio, grupo que distribuía ataques e notícias enganosas.