SALVADOR, BA (FOLHAPRESS) – Um velório coletivo de vítimas das enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul foi realizado na manhã deste sábado (9) na cidade de Vespasiano Corrêa (171 km de Porto Alegre).

Foram veladas na cidade 9 das 15 vítimas encontradas em Muçum, cidade que fica a cerca de 20 km de Vespasiano Corrêa e foi uma das mais castigadas pelas cheias do rio Taquari. A cidade ainda registra 30 pessoas desaparecidas.

Com ruas, casas e prédios públicos destruídos, a cidade de Muçum ainda não tem condições de receber velórios ou enterros das vítimas. Por isso, a cidade vizinha cedeu um ginásio público para realização da cerimônia fúnebre.

O velório foi restrito a familiares e amigos próximos das vítimas. Os enterros dos corpos devem acontecer em cemitérios de Venâncio Aires ou em outras cidades vizinhas a Muçum que foram menos atingidas pelas enchentes.

“Tivemos particularmente o momento mais difícil deste processo. […] Foi um momento bastante marcante, mas que era necessário para fechar esse ciclo de despedida dessas pessoas que infelizmente nos deixaram nesse momento trágico”, afirmou neste sábado o prefeito de Muçum, Mateus Trojan (MDB), em vídeo postado em redes sociais.

Os corpos das vítimas dos temporais estão sendo reconhecidos pelo Instituto Geral de Perícias em Porto Alegre e cidades do interior. Uma força-tarefa foi montada para liberação dos corpos para os velórios, que também depende de uma normalização mínima na rotina das cidades afetadas, que chegaram a ter mais de 80% de sua área urbana submersa.

A prefeitura decretou calamidade pública na cidade de Muçum na última quarta-feira (6). Nos últimos dias, apresentou ao governo do estado uma relação das demandas necessárias para reconstruir a cidade.

Parte das vias de acesso a Muçum continua bloqueada e sem condições de acesso de veículos. Voluntários de outras cidades convocados para atuar na limpeza e reconstrução de Muçum estão sendo orientados a deixar os carros na entrada da cidade e entrar no município a pé.

O número de feridos após as chuvas que devastaram cidades no Sul do país cresceu para 223 neste sábado (9), segundo boletim divulgado pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul. O levantamento anterior apontava 73 pessoas com ferimentos.

O total de mortes confirmadas no estado permanece em 41. Com a morte registrada na segunda (4) em Santa Catarina, são 42 óbitos na tragédia no Sul do país.

Ao todo, são 46 pessoas desaparecidas no Rio Grande do Sul, sendo 30 na cidade de Muçum, 8 em Lajeado e 8 em Arroio do Meio.

No Rio Grande do Sul, são 87 municípios com registros de destruição causada pelas chuvas que deixaram 3.193 pessoas desabrigadas (dependem de abrigos públicos) e 8.256 desalojadas (podem se acomodar na casa de parentes e amigos).

Ao todo, o governo gaúcho estima em 147,3 mil o total de afetados pelos temporais em todo o estado, cenário quem impôs ao governo uma força-tarefa com cerca de 900 servidores que atuam nas buscas, resgates, identificação de corpos e reparos na infraestrutura destruída pela força das águas.