SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Quando Ne-Yo canta, sua voz parece saída diretamente de um aparelho de som sintonizado em alguma rádio FM nos anos 2000. O artista americano deu à plateia do The Town, nesta quinta-feira, um show nostálgico em que os hits abundaram.
Mestre do R&B e do pop da primeira década do século, o cantor já era esperado desde cedo no palco The One. No intervalo entre os shows do início da noite, algumas centenas de fãs de plantão na grade gritaram seu nome repetidas vezes, prática que repetiram durante a apresentação.
Ele já começou causando alvoroço com “Closer”, uma bandeira do Brasil, um terno preto e branco e alguns passinhos de dança. Emendou “Nobody”, “Champagne Life” e “One in a Million”, já com a plateia na mão.
Havia uma multidão para ver o músico no principal show do dia no palco The One, logo antes do Maroon 5, esse no palco principal. “Miss Independent”, um dos seus maiores sucessos, e de toda a música pop no fim da década de 2000, botou a plateia para cantar.
Apesar de a noite trazer o frio ao Autódromo de Interlagos, na zona sul de São Paulo, onde acontece o festival, Ne-Yo suou de tanto se mexer no palco. Tirou o terno antes de puxar o hit “So Sick”, que teve sua letra na boca da plateia.
O cantor definiu a música como um clássico, daqueles que você ouve no ensino médio, que embala o primeiro beijo. Muito do apelo de Ne-Yo vem dessa memória afetiva, de músicas que uns 15 anos atrás embalaram festas, namoros e términos ao redor do mundo.
Entre os grandes hitmakers dos anos 2000, Ne-Yo é um dos que mais emplacou músicas românticas, numa estética entre o R&B e o pop. Ele levou essa pose de galanteador ao palco do festival.
A certa altura, chamou três mulheres do público para o palco para uma espécie de concurso de dança. Uma delas rebolou se esfregando nele, mas a vencedora foi uma paulistana que arrancou os gritos do público.
A veia romântica voltou a dar o tom em “Mad”, muito celebrada pelo público, e seguiu com uma sequência de sucessos que Ne-Yo escreveu para outros cantores. Entre elas estiveram “Take a Bow”, de Rihanna, e “Irrepleceable”, de Beyoncé.
Ele não cantou as músicas com sua banda, só deixou tocar as gravações originais, contando com o coro do público. Foi um lembrete da potência de sua caneta, de onde saiu a trilha sonora de uma era da música pop.
O final teve mais três hits -“Play Hard”, de Ne-Yo com David Guetta, e duas dele com Pitbull, “Give Me Everything” e “Time of Our Lives”. Foi um show perfeitamente adequado ao público genérico, que se envolve com sucessos de massa e que atiçam a memória afetiva, como é o do The Town.