SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A MetSul, uma entidade meteorológica do Rio Grande do Sul, rebateu o governador do estado, Eduardo Leite (RS), e disse que as chuvas extremas que atingiram o Sul do Brasil foram previstas e alertadas.
A MetSul resgatou previsões dos dias anteriores às chuvas, que alertavam para volumes “excepcionais” e “sem precedentes”. A entidade afirmou que eles foram os únicos entes de meteorologia a identificar a possibilidade.
A entidade rebateu declarações de Leite à GloboNews que geraram discussão com o jornalista André Trigueiro. O governador afirmou que o volume de 300 mm de chuva não foi previsto anteriormente e questionou Trigueiro se ele tentava culpabilizá-lo pela tragédia, que já deixou 39 mortos no RS.
A declaração do governador sobre a imprecisão dos “modelos matemáticos” coloca o trabalho da meteorologia em xeque, afirmou a entidade.
Previsões da MetSul alertavam para até 500 mm de chuva, mas Defesa Civil tinha outro entendimento. Em comunicado emitido na semana passada, a Defesa Civil gaúcha havia alertado para “temporais isolados” com o volume máximo de 100 mm a ser atingido na segunda-feira (4).
“Os modelos, assim, anteciparam os volumes de chuva. A gravidade do que se avizinhava já era conhecida muitos dias antes. A ciência meteorológica cumpriu o seu papel”, afirma nota da MetSul.
A entidade ressalta apoio ao trabalho do governo para o resgate das vítimas. “Não era nosso desejo emitir essa nota neste momento de calamidade estadual, mas os esclarecimentos são devidos à sociedade gaúcha”, diz o texto.
RIO GRANDE DO SUL ESTÁ EM ESTADO DE CALAMIDADE PÚBLICA
O governador decretou estado de calamidade pública após fazer um sobrevoo na região na tarde da quarta-feira (6). O decreto foi publicado em edição extra do Diário Oficial do Estado e contempla 79 municípios.
É a maior tragédia decorrente de um evento climático na história do Rio Grande do Sul, informou Leite.