BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Lula (PT) decidiu nesta quarta-feira (6) indicar os desembargadores Afrânio Vilela, de Minas Gerais, e Teodoro Santos, do Ceará, para duas vagas no STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Eles eram apadrinhados por políticos de seus estados, como o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e pelo ministro da Educação, o ex-governador cearense Camilo Santana.
A indicação foi confirmada à reportagem por integrantes do governo que acompanham a escolha.
Lula fez a definição a partir de uma lista quádrupla votada pelos ministros do STJ com nomes dos Tribunais de Justiça dos estados e do Distrito Federal para as duas vagas na corte.
Ficaram de fora Carlos Von Adamek, de São Paulo, e Elton Leme, do Rio de Janeiro. O principal padrinho de Adamek é o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli, cuja relação com Lula está desgastada. Já o de Elton Leme é o ministro do STJ Luis Felipe Salomão.
O STJ tem 33 ministros. Na última semana, Lula já havia indicado a advogada Daniela Teixeira para uma vaga no tribunal.
Afrânio Vilela tem 62 anos, nasceu em Ibiá (MG) e é formado pela Universidade Federal de Uberlândia. É desembargador desde 2005. Já havia integrado listas para o STJ em outras duas ocasiões, em 2013 e em 2015, mas não foi indicado.
Vilela não era o principal candidato do presidente do Senado para o STJ, e sim o ex-assessor de Pacheco Luís Cláudio Chaves, que disputou o assento destinado a integrantes da advocacia.
Ele chegou a figurar na lista sêxtupla formada pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), mas ficou de fora da relação de três nomes eleitos pelo STJ para ser enviada ao chefe do Executivo.
Já Teodoro Santos tem 65, é natural de Juazeiro do Norte (CE) e formado na Unifor (Universidade de Fortaleza).
Na disputa, além do apoio de Camilo, pesou favor dele o fato de ser o único nordestino na corrida. Além disso, ele é negro, o que ampliaria a diversidade num tribunal composto majoritariamente por homens brancos.
No entanto, seu é associado ao do ex-ministro Cesar Asfor Rocha, que exercia liderança no STJ no período em que Lula amargava derrotas no tribunal.