Da Redação

A China decidiu endurecer as regras para a importação de carne bovina e anunciou que passará a cobrar uma tarifa adicional de 55% sobre os volumes que ultrapassarem as cotas anuais estabelecidas. A medida começa a valer em 1º de janeiro de 2026 e terá duração inicial de três anos, segundo informou o Ministério do Comércio chinês. 

O novo modelo prevê limites específicos por país. Dentro da cota, as exportações seguem com as tarifas já praticadas atualmente. No entanto, qualquer quantidade embarcada acima desse teto será automaticamente taxada com a alíquota extra, o que tende a encarecer o produto brasileiro no principal mercado consumidor do mundo.

O Brasil, maior fornecedor de carne bovina para a China, ficará com a maior fatia da cota total prevista para 2026. Ainda assim, o setor avalia que a medida pode reduzir a competitividade do produto brasileiro caso as vendas superem o volume permitido, especialmente em um cenário de alta demanda externa.

Segundo o governo chinês, a decisão tem caráter de salvaguarda e busca proteger a indústria local, que enfrenta excesso de oferta e pressão sobre preços internos. Estudos conduzidos por Pequim apontaram que o crescimento acelerado das importações nos últimos anos teria causado prejuízos aos produtores domésticos.

A expectativa é de que a cota global aumente gradualmente até 2028. Mesmo assim, representantes do agronegócio acompanham a decisão com cautela, já que a China é o principal destino da carne bovina brasileira e qualquer mudança nas regras comerciais pode gerar impactos relevantes para o setor exportador.