Da Redação
Goiânia encerrou 2025 com um cenário mais favorável no enfrentamento à dengue. Levantamento da Secretaria Municipal de Saúde aponta que a capital reduziu em 47,2% o número de notificações da doença em comparação com o mesmo período de 2024. A queda expressiva está diretamente ligada ao reforço contínuo das ações de combate ao Aedes aegypti, mosquito responsável também pela transmissão da zika e da chikungunya.
Ao longo do ano, a Prefeitura promoveu uma grande força-tarefa de prevenção. Mais de 2,3 milhões de visitas foram realizadas por agentes de combate às endemias em casas, comércios e locais considerados estratégicos. O trabalho não foi interrompido nem mesmo durante a estiagem, período em que o risco costuma ser subestimado, mas que ainda favorece a proliferação do mosquito.
Para o secretário municipal de Saúde, Luiz Pellizzer, o resultado é fruto de vigilância constante. Segundo ele, o combate à dengue exige atenção durante todo o ano e não apenas nos meses chuvosos. O envolvimento dos agentes e a conscientização da população formam a base para conter o avanço da doença e impedir novos surtos.
Queda nos casos e nas mortes
Os dados do Boletim Epidemiológico de Arboviroses, divulgado em dezembro, confirmam a evolução positiva. Em 2025, Goiânia registrou 28.427 casos de dengue, dos quais 67 foram classificados como graves, com 34 mortes confirmadas. No mesmo intervalo do ano anterior, haviam sido contabilizados 50.508 casos e 81 óbitos, números que reforçam a redução tanto das infecções quanto das consequências mais severas da doença.
O painel antivetorial da Secretaria Municipal de Saúde também revela a dimensão do trabalho de campo. Foram identificados 30.890 focos do mosquito em 21.624 imóveis. Além disso, equipes realizaram vistorias obrigatórias em 1.017 propriedades abandonadas ou fechadas de forma permanente, locais considerados de alto risco. Ao longo do ano, 75.952 autos de infração foram emitidos como parte das ações de fiscalização.
Tecnologia e estratégia no controle do mosquito
Além das visitas presenciais, o município investiu em monitoramento inteligente. Dispositivos específicos foram instalados para acompanhar a oviposição do Aedes aegypti, permitindo a contagem de ovos e a identificação precisa das áreas com maior infestação. Com isso, as equipes conseguem agir de forma mais direcionada e eficiente.
Na Região Noroeste, onde historicamente há maior concentração de casos, mil armadilhas foram instaladas para intensificar o controle do vetor. A medida faz parte de um conjunto de estratégias voltadas à eliminação de criadouros e à interrupção do ciclo de transmissão.
Mesmo com os avanços, a Secretaria de Saúde reforça que o papel da população continua sendo decisivo. Evitar o acúmulo de água, manter quintais limpos e permitir o acesso dos agentes às residências são atitudes fundamentais para sustentar a queda nos casos e proteger a cidade contra novos episódios de dengue.






